Agronegócio

Com prejuízo de R$ 267 milhões distribuidora de insumos agrícolas fecha lojas

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A Lavoro, uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas da América Latina, anunciou nesta semana o fechamento de 70 lojas no Brasil. A decisão vem após a empresa registrar um prejuízo líquido de R$ 267,1 milhões no primeiro trimestre do ano fiscal de 2025, que compreende os meses de julho a setembro de 2024. O número de unidades a serem fechadas representa cerca de um terço da rede física da companhia no país, que contava com 187 lojas em junho deste ano.

Em comunicado, o CEO da Lavoro, Ruy Cunha, explicou que a medida visa reduzir custos e melhorar o capital de giro da empresa. “Esperamos ganhos importantes em despesas e capital de giro ao longo dos próximos meses”, afirmou Cunha ao jornal Valor. A expectativa é que o fechamento das lojas seja concluído até o final de março de 2025. A empresa, no entanto, não divulgou quais unidades serão afetadas.

O desempenho da Lavoro no trimestre foi significativamente pior em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o prejuízo foi de R$ 71 milhões. A empresa atribui o resultado negativo a dois fatores principais: um impacto de R$ 152,1 milhões em créditos tributários diferidos e um aumento de R$ 60,7 milhões em custos financeiros. Além disso, a receita da companhia caiu 13%, totalizando R$ 2,05 bilhões. A queda foi impulsionada pela redução nos preços dos insumos agrícolas no Brasil e pelas dificuldades de liquidez no setor.

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A situação foi ainda mais crítica quando analisada em dólares. Com a desvalorização do real, a receita da Lavoro em moeda americana caiu 24%, chegando a US$ 370,2 milhões. A empresa é listada na bolsa Nasdaq, nos Estados Unidos, o que torna seus resultados sensíveis às variações cambiais.

Apesar do cenário desafiador, a Lavoro registrou alguns pontos positivos. A margem bruta da empresa aumentou 3,2 pontos percentuais, alcançando 15,6%, impulsionada por melhores condições de distribuição no varejo agrícola. O lucro bruto cresceu 10% em reais, atingindo R321,2milho~es,emboratenhacaıˊdo4 57,9 milhões.

Já o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 5%, totalizando R$ 54,4 milhões, pressionado pelo aumento de despesas operacionais, como custos com pessoal e provisões para estoques vencidos.

Entre os segmentos da Lavoro, o Crop Care foi o que apresentou o melhor desempenho, com um crescimento de 68% na receita, alcançando R$ 293,7 milhões. Por outro lado, o segmento de varejo agrícola no Brasil teve uma queda de 23% na receita, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor.

Cunha destacou que, embora as expectativas dos agricultores brasileiros estejam melhorando, a liquidez no setor agrícola piorou no final de 2024. Ele citou como exemplo a recuperação judicial da Agrogalaxy, uma das principais concorrentes da Lavoro, ocorrida em setembro. Esse fato aumentou a aversão ao risco entre fornecedores e instituições financeiras, resultando em um aperto nas condições de financiamento de estoques.

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Outro desafio mencionado pelo executivo foi a escassez de estoques em novembro e dezembro, que prejudicou a operação da Lavoro, especialmente para a safra de soja. “O reabastecimento está sendo gradual, mediante renegociação”, afirmou Cunha.

Diante desse cenário, a Lavoro revisou suas projeções para o ano fiscal de 2025. A empresa agora espera uma receita consolidada entre R6,5bilho~eseR 7,5 bilhões, abaixo das estimativas anteriores. Além disso, a companhia não projeta mais crescimento no Ebitda ajustado, sinalizando que os próximos meses continuarão desafiadores.

O fechamento das lojas é uma tentativa da Lavoro de se reestruturar e enfrentar os obstáculos do mercado. No entanto, a medida também reflete as dificuldades que o setor agrícola vem enfrentando, com preços voláteis, custos financeiros elevados e um ambiente de negócios cada vez mais complexo. Enquanto isso, os agricultores e o mercado aguardam para ver se a estratégia da empresa trará os resultados esperados.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Congresso aprova novas regras para o IR e traz alívio para pequenos produtores

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O Senado aprovou nesta quarta-feira (05.11) o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A medida, que segue para sanção presidencial, faz parte de um pacote que também cria uma tributação mínima para rendimentos elevados, afetando diretamente agricultores e pecuaristas em diferentes faixas de renda.

O que foi aprovado?

  • Para quem tem renda mensal de até R$ 5 mil (R$ 60 mil ao ano), não há cobrança de Imposto de Renda. Pequenos produtores, agricultores familiares e trabalhadores rurais neste grupo passam a ter alívio total na declaração, sem retenções na fonte ou pagamento adicional.

  • Os produtores que têm renda entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais terão um desconto parcial do imposto, pagando menos do que antes.

  • A principal novidade é para quem ultrapassa R$ 600 mil ao ano (R$ 50 mil por mês): agora passa a valer uma tributação mínima de até 10% sobre rendimentos considerados “não-salariais”, como lucros e dividendos de atividades rurais, que antes eram isentos para pessoa física.

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Como a regra afeta o produtor rural?

  • Para o pequeno e médio produtor:
    O impacto é positivo. Quem se enquadra na nova faixa de isenção ficará livre do Imposto de Renda, sobrando mais recursos para investir na produção, ampliar a lavoura ou reforçar a renda familiar. Muitos agricultores de menor porte, que antes pagavam mesmo com receita baixa, vão deixar de recolher o tributo.

  • Para grandes produtores e grupos empresariais:
    A mudança traz uma cobrança inédita sobre lucros e dividendos superiores a R$ 600 mil por ano. A alíquota sobe gradualmente até o teto de 10%, tornando o planejamento tributário mais rigoroso e reduzindo vantagens antes garantidas para grandes operações rurais. Isso pode aumentar o custo nas grandes fazendas ou empresas do setor.

Por que o Congresso mudou a lei?
O objetivo do texto aprovado é tornar o sistema tributário mais justo, beneficiando as faixas de renda menores e estabelecendo mecanismos para que as altas rendas do campo contribuam mais com a arrecadação. Outra aposta é incentivar a formalização – quem mantém negócios em dia tem menos risco na hora de prestar contas.

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Resumo para o homem do campo:

  • Quem ganha até R$ 5 mil por mês passa a ser isento do Imposto de Renda.

  • Para grandes produtores, lucros acima de R$ 600 mil ao ano passam a ser tributados em até 10%.

  • Mudanças começarão a valer a partir de janeiro de 2026, após serem sancionadas pelo presidente e deverão ser aplicadas já na próxima declaração do Imposto de Renda.

  • O produtor rural precisa avaliar sua faixa de renda para entender se será beneficiado ou terá impacto extra no bolso.

Fonte: Pensar Agro

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