Agronegócio

La Niña chega em novembro e deve mudar o clima no campo: veja como fica em cada região

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O mês de novembro começa com o fenômeno La Niña se confirmando no Brasil, trazendo preocupação e expectativa para os produtores rurais. La Niña é a fase fria do chamado El Niño-Oscilação do Sul (ENOS), que ocorre quando as águas do oceano Pacífico tropical ficam mais frias que o normal, mudando o padrão de circulação da atmosfera e influenciando o clima em várias partes do mundo — inclusive aqui, no nosso agro.

No Brasil, o impacto é sentido principalmente na Região Sul, Centro-Oeste, Sudeste, Norte do Nordeste e leste da Amazônia, alterando tanto as chuvas quanto as temperaturas. A previsão é que o fenômeno se fortaleça ao longo do mês e continue atuando até o início de 2026.

O que muda no campo com o La Niña?

  • Centro-Oeste e Sudeste:
    A chegada de La Niña costuma trazer chuvas acima da média, o que favorece o plantio da safra de verão (soja, milho, algodão) e ajuda a recuperar pastagens degradadas. Por outro lado, excesso de umidade pode trazer problemas, principalmente para citricultores paulistas, onde doenças como o greening podem se espalhar mais fácil. Para a pecuária, a melhora das pastagens deve incentivar a retenção de fêmeas e aumentar o potencial produtivo.

  • Região Sul:
    É onde o impacto é mais forte. Em anos de La Niña, o sul do Brasil geralmente enfrenta estiagens e chuvas abaixo do normal durante a primavera e o começo do verão, com risco real para o plantio de soja e milho. Por outro lado, as culturas de inverno, como trigo, aveia e cevada, podem se beneficiar do excesso de umidade no ciclo anterior, já que La Niña costuma alternar períodos de seca com pancadas localizadas.

  • Nordeste:
    O cenário é de alerta. O fenômeno pode trazer seca para o norte da região, prejudicando culturas dependentes da chuva, como milho, feijão e mandioca, e afetando produtores de leite e pecuária de corte.

  • Amazônia e leste:
    Também tendem a receber menos chuva, o que exige atenção redobrada do produtor ao planejamento de plantio e manejo da irrigação.

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Quando o produtor precisa se preocupar?
Os períodos mais sensíveis são a primavera (outubro, novembro, dezembro) e o final do outono/início do inverno. Nessas épocas, as anomalias de chuva e temperatura provocadas pelo La Niña podem se intensificar.

Duração e efeitos gerais
La Niña costuma durar de seis a 18 meses. Em novembro, já teremos temperaturas entre a média e abaixo do esperado em várias áreas do Brasil, com tendência de chuva em todo o país — mas em intensidades diferentes.

Como se preparar
O segredo é acompanhar a previsão, ajustar os calendários de plantio e ficar atento às recomendações técnicas. Em anos de La Niña, o produtor precisa pensar em diversificar cultivos e redobrar o cuidado com a irrigação e as práticas de conservação de solo.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Estado lança pacote de medidas para fortalecer o agronegócio e proteger produtores de leite e aves

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O governo do Paraná anunciou nesta semana duas medidas voltadas ao fortalecimento do agronegócio local e à proteção da produção estadual diante da concorrência com produtos importados. As ações envolvem mudanças tributárias para o setor avícola e novas regras para o uso de leite em pó estrangeiro.

O objetivo é  reduzir custos, proteger a produção interna e aumentar a competitividade do agronegócio local. No caso do leite, a meta é evitar a desvalorização do produto nacional e dar fôlego a cooperativas e pequenos produtores. Já na avicultura, o foco é garantir melhores condições tributárias e ampliar a presença do Paraná nos mercados interno e externo.

A primeira medida, publicada na segunda-feira (03.11) retirou as carnes de aves cozidas do regime de Substituição Tributária (ST) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Já a segunda, sancionada na quarta-feira (06.11), por meio da Lei nº 22.765/2025, proibiu a reconstituição, no Paraná, de leite em pó importado e outros derivados para produção de itens destinados ao consumo humano.

As decisões integram um pacote que busca reforçar a competitividade do campo paranaense, setor que representa parcela significativa do PIB estadual e nacional, e responder à pressão dos produtores de leite, que enfrentam dificuldades com o aumento das importações, principalmente de países do Mercosul.

Pela nova lei, está proibido o uso de leite em pó, soro de leite e compostos lácteos de origem estrangeira na fabricação de produtos destinados ao consumo humano. A exceção é a comercialização direta ao consumidor final, desde que os itens estejam em embalagens próprias para o varejo e sigam as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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O objetivo é proteger a cadeia leiteira estadual, que envolve milhares de famílias e é considerada estratégica para a economia rural. Em 2024, o Paraná produziu 3,9 bilhões de litros de leite, e nos dois primeiros trimestres de 2025 o volume chegou a 2,02 bilhões de litros, mantendo quatro períodos consecutivos acima de 1 bilhão de litros.

Com 15,7% da produção nacional, o Estado tem a segunda maior bacia leiteira do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais, que responde por 23,8%, e à frente de Santa Catarina.

O governo também estuda ampliar a utilização do leite local na merenda escolar e em programas de compra pública, em modelo semelhante ao Compra Direta Paraná, que adquire alimentos da agricultura familiar para abastecer escolas, hospitais e entidades assistenciais.

A medida é uma resposta direta à crise vivida pelo setor leiteiro nacional. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vem defendendo a aplicação de medidas antidumping para conter a entrada crescente de leite do Mercosul a preços inferiores aos praticados internamente, o que tem pressionado a renda dos produtores brasileiros.

A outra medida anunciada pelo governo foi o Decreto nº 11.712/2025, que retira as carnes de aves cozidas do regime de Substituição Tributária a partir de janeiro de 2026. A decisão atende a uma demanda antiga das indústrias e cooperativas paranaenses, que reclamavam da perda de competitividade gerada pela cobrança antecipada do imposto.

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No modelo atual, o tributo é recolhido pela indústria no momento da saída do produto da fábrica, o que encarece os estoques e reduz o fôlego financeiro das empresas. Com a mudança, o ICMS passará a ser pago apenas na venda ao consumidor, alinhando o Paraná às práticas tributárias de outros estados e reduzindo distorções de mercado.

O Estado é líder nacional na produção de aves e responde por mais de um terço da produção brasileira. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná produziu 558,6 milhões de aves no último trimestre, consolidando-se como referência no setor.

As carnes de aves cozidas incluem produtos de maior valor agregado, como frango desfiado e cortes temperados. Embora representem uma fatia menor do total produzido, são essenciais para ampliar margens industriais e estimular a diversificação da oferta.

A retirada da Substituição Tributária complementa uma decisão semelhante tomada em março, quando o governo estadual já havia excluído as carnes temperadas do mesmo regime. As mudanças buscam estimular a industrialização, atrair novos investimentos e gerar empregos na cadeia avícola, que possui forte presença no interior do Estado.

Fonte: Pensar Agro

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