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Com saúde mental não se brinca

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Dr. Gimenez

Você sabia que um em cada 10 brasileiros com mais de 18 anos já recebeu diagnóstico de Depressão, segundo o plano nacional de saúde divulgado em 2020? Como médico e deputado, estou engajado neste tema que considero importante e delicado: a campanha setembro amarelo na prevenção contra o suicídio.

Trata-se de uma das áreas de saúde pública que hoje precisa ser “melhor olhada”, devido ao aumento dos casos de depressão durante a pandemia da Covid-19. É importante reforçar que a depressão não costuma surgir de um dia para o outro, mas, instala-se insidiosamente, silenciosamente.

Pode começar minando as forças, a esperança, a alegria de viver e provocar perturbação no sono (dormir demais ou de menos), alteração do apetite e diminuição da disposição física. Às vezes a pessoa está sempre “cansada” ou “mal-humorada”.

Eu sei que estamos vivendo uma crise em que muitos de nós fomos afetados diretamente com a perda de entes queridos ou do emprego e até o fechamento do negócio comercial. Portanto, é de se esperar nos sentirmos “para baixo”, no entanto, a tristeza persistente é sinal de alerta.

Outro comportamento que merece atenção: pensamentos verbalizados em frases pessimistas. Pessoas que dizem: “quero morrer”, “vou sumir”, “cansei de viver”, “o mundo não é lugar para mim”, ou seja, que expressam o desejo de morrer podem não estar bem. Investigue isso aí, fique atento e alerta.

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É mito afirmar que depressão seja frescura, fraqueza ou falta de Deus. Claro que a religiosidade nos ajuda a carregar melhor os fardos da vida, a superar problemas, mas nem sempre isso é possível. Cada ser humano é único e pode não estar “dando conta”. Por favor, não vamos mais julgar o outro por nós mesmos.

Não se compare, minimize ou faça brincadeiras com o sofrimento alheio. Procure ouvir mais e falar menos e exercer uma virtude importante nos relacionamentos cotidianos: a empatia, coloque-se no lugar do outro. Seja gentil, amoroso e cuidadoso, humanista.

Como médico, sempre comparo as dores emocionais às dores físicas. Se eu tenho uma dor de ouvido ou de estômago “que não passa”, qual o caminho óbvio a fazer? Oras, eu vou a um médico, faço avaliação, exames e sigo um tratamento. Então, por que resistimos tanto em procurar ajuda quando o problema é psicológico e emocional?

Temos que desmistificar: cuidar da nossa saúde mental não tem nada a ver com “loucura”. E às vezes requer acompanhamento regular com um psicólogo e um médico psiquiatra, além do uso de medicamento e de suporte familiar. Vamos deixar de lado nossos “achismos”.

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Falando agora como deputado, tenho trabalhado muito para melhorar e ampliar o atendimento à saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS), porque a população de baixa renda também precisa ter acesso ao tratamento.

Hoje, infelizmente, o suicídio já aparece entre as 20 principais causas de morte no planeta em todas as idades e vem aumentando entre os jovens. Alguns dados preocupantes: acontece 1 suicídio a cada 40 segundos no mundo; para cada suicídio, cerca de 135 pessoas sofrem intensamente por estarem de uma forma ou outra relacionadas com a vítima; para cada suicídio, 25 pessoas tentam/pensam nele.

No dia 10 de setembro, temos a data mundial de prevenção ao suicídio, que foi estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É uma ocasião para falar abertamente, esclarecer dúvidas e vencer preconceitos, de modo a tratar o tema com a seriedade que merece.

Meu apelo é para que como cidadãos, pais e mães de família, trabalhadores, empresários, pessoas cristãs e de bem, possamos formar uma rede de apoio que esteja atenta e disponível para oferecer apoio. Com saúde mental não brinca então, vamos agir agora, porque a vida é o bem mais importante que temos.

Dr. Gimenez é deputado estadual e médico.

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Amanhã, grande parte do Brasil (refiro-me à massa cativa das telinhas televisivas), vai acompanhar o desfecho do Big Brother, edição 24, da Globo, que ofertará a bagatela de R$ 3 milhões ao vencedor da disputa. Trata-se de uma bolada que representa o sonho de consumo de qualquer um. Afinal, é uma pequena fortuna, capaz de concretizar extravagâncias imaginadas há anos e anos…

Mas a verdade é que nem todos os participantes de reality show têm comprovada vida sofrida. O baiano Davi, que inicialmente foi discriminado pela cor, segundo postagens na internet, escorregou feio no tomate. O último fora dele foi contar para o gaúcho Matteus que, desde criança, não perdia nenhuma corrida de Ayrton Senna. Detalhe: Davi nasceu quase nove anos depois que Senna se acidentou fatalmente…

Também suas pomposas postagens, capturadas nas redes sociais, derrubaram as declarações de ser um matuto da humildade, desmentindo que desconhecia completamente como usar internet. Soou estranho isso…

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Para piorar o percurso de queda do seu favoritismo, o bronco Davi – até então tido como bolsonarista ferrenho, a ponto de ser parabenizado pelo ex-presidente mitológico -, resolveu endereçar orações de proteção ao governo do presidente Lula durante café da manhã. Foi o bastante, a gota d’água, para se iniciar massacre geral dos apoiadores de Bolsonaro contra ele.

Pelo que se pode preconizar, Davi já perdeu o prêmio principal, podendo ficar em segundo lugar, ou terceiro…

Minha saudosa avó já dizia: “Peixe morre é pela boca”. Ou então: “Quem conversa demais dá bom dia, cavalo!”

Com os humanos também acontece algo parecido…

Por JCQ

 

 

 

 

 

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