Boa Esperança do Norte, município mato-grossense que elegeu seus representantes pela primeira vez nas eleições de 2024, começou o ano com uma administração que já evidencia as benesses do poder. Prefeito, vice, secretários e os nove vereadores assumiram seus mandatos com salários generosos e uma série de benefícios adicionais que geram críticas em uma cidade que ainda enfrenta desafios básicos de infraestrutura e serviços públicos.
Altos salários e benefícios
O prefeito Calebe Frâncio (MDB) terá um salário mensal de R$ 25 mil, enquanto o vice-prefeito Jair Obregão (PL) receberá R$ 12,5 mil. Os secretários municipais ganharão R$ 16,6 mil cada. Além disso, os vereadores terão subsídios de R$ 6,5 mil mensais, complementados por outros R$ 6,5 mil de verba indenizatória (VI), totalizando R$ 13 mil por mês.
Os privilégios não param por aí. Os políticos já implantaram de imediato o direito ao décimo-terceiro salário, diárias que variam de R$ 500 a R$ 800, e auxílio-alimentação.
Contexto de desigualdade
Os altos custos da administração pública municipal contrastam com a realidade da população de Boa Esperança do Norte, que ainda carece de investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura básica. Para um município que acaba de ser emancipado e enfrenta dificuldades financeiras típicas de novos territórios, a adoção de tantos benefícios para os representantes eleitos gera questionamentos sobre prioridades e gestão dos recursos públicos.
Críticas e repercussão
Moradores e especialistas em gestão pública criticam a postura dos novos governantes. “É um absurdo que, enquanto a população ainda luta para ter serviços básicos, os políticos priorizem benefícios próprios. Isso demonstra uma total desconexão com as reais necessidades do município”, comentou um analista local.
A introdução de verbas extras e altos salários para uma administração recém-formada não apenas pesa no orçamento municipal, mas também coloca em dúvida o compromisso dos representantes eleitos com o bem-estar coletivo.
Futuro incerto
Enquanto a nova gestão de Boa Esperança do Norte começa a usufruir de seus privilégios, a população aguarda ansiosamente para ver se os recursos públicos serão usados de forma eficiente para promover melhorias significativas na cidade. Caso contrário, o descontentamento poderá se transformar em uma pressão popular ainda maior sobre os novos governantes.
Jornalista: Mika Snardelott
Clique aqui e receba notícia do VOZMT no seu celular