Pedido de ajuda vem dos pais da bebê Éster Vitória, de Cuiabá, que chegou aos 8 meses de vida com a saúde bastante comprometida.
Ela é neuropata e tem diversas complicações, inclusive incapacidade de se alimentar e respirar sem sonda e traqueostomia.
A sonda leva o alimento ao organismo dela, sem ela ter que mamar. Já a traqueostomia é uma intervenção cirúrgica para abertura de um orifício na traqueia e colocação de uma cânula para a passagem de ar.
A traqueostomia foi a primeira cirurgia que a menina fez. A família aguarda resultado de uma ressonância, para saber se ela vai passar por outra, de colocação de sonda interna.
Em gestação anterior, Juscinéia perdeu o bebê no quinto mês. Era um menino. Já na gestação de Ester Vitória afirma que não sofreu nada de grave, embora ela também tenha nascido prematura, de 8 meses. “Fiz três ultrassons, duas que ganhei e uma pelo SUS e deu tudo normal”, lembra. Porém o parto demorou mais de 15 horas. Não houve indicação de cesariana e a menina forçou bastante para nascer.Assim explica a mãe dela, a auxiliar de cozinha Juscinéia Almeida da Silva, 23. “Os médicos falam que ela pode ou não melhorar, vai depender da reação dela”, comenta a mãe.
“Quando ela nasceu, fomos para casa e depois de 8 dias ela ficou amarela, não reagia. Teve icterícia. Três semanas depois teve alta”, detalha Juscinéia.
Neonatologistas explicam que a icterícia é doença muito comum, atinge cerca de 80% dos recém-nascidos e em boa parte dos casos cede sem nenhum procedimento especial, mas, se há o agravamento, sem uma interferência médica adequada, pode causar problemas neurológicos, convulsões e surdez.
No entanto, Juscinéia não sabe se foi a icterícia que complicou o quadro da filha.
Aos cinco meses, a menina voltou a ser internada, com pneumonia e coqueluche, ficou entubada, mas resistiu. A alta veio após um mês e nove dias.
Agora, de volta ao hospital, novamente com pneumonia, a menina continua internada na pediatria da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Tem tido também convulsões eventuais.
A vizinha e amiga de Juscinéia, que também é auxiliar de cozinha, Loriane Maciel, 30, diz que o barraco onde a família mora, no bairro Parque Geórgia, periferia de Cuiabá, é muito ruim. “É de madeira e sem condições para a menina ficar, sendo especial, com a saúde complicada”, comenta.
Por causa de tudo isso, amigos que também são de baixa renda, iniciaram uma campanha de solidariedade.
Éster Vitória precisa de uma máquina, encontrada em loja de material hospitalar, apropriada para aspirar secreção da traqueostomia. “A médica falou que tem que fazer isso duas vezes por dia”, explica a mãe da criança.
Juscinéia está sem trabalhar desde que a criança nasceu. O pai, Cristiano dos Santos Solis, 29, que é faz-tudo, também está sem emprego.Precisa também de fralda tamanho P – porque a pequena paciente, apesar dos 8 meses, tem apenas 4 quilos e 600gramas – e leite Nan 2.
Nascida em família sem condições financeiras, a criança vem resistindo e, apesar da demora em ser devidamente diagnosticada, luta pela vida com muita dificuldade.