O mercado revendedor de combustíveis de Cuiabá e Várzea Grande voltou a promover uma nova ‘guerra de preços’ na comercialização do etanol hidratado que em média passou de R$ 2,59/litro para R$ 2,49, R$ 2,47, R$ 2,45 e até R$ 2,39, como o Diário, encontrou na Avenida Artur Bernardes, em Várzea Grande. O movimento de baixa, que favorece o consumidor nesse período ainda tido como de entressafra, mantém o preço médio do combustível no Estado como o segundo mais barato do país, conforme pesquisa semanal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), atrás da média apurada no estado de São Paulo, R$ 2,66.
Nesse último levantamento, que considerou na semana passada 138 postos de sete municípios de Mato Grosso, o preço médio aferido foi de R$ 2,69 contra R$ 2,73 registrado há quatro semanas, o que mostra recuo de 1,48% no período. Há duas semanas seguidas Mato Grosso cedeu a primeira posição para o estado de São Paulo com o menor preço médio do país ao etanol hidratado.
O segmento produtivo, representado pelo Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool), aboli o termo ‘entressafra’, pois para eles não há interrupção, nem de produção e tão pouco de fornecimento. De meados de novembro a março, além de haver estoques de etanol anidro e hidratado à espera do início da nova safra, garantindo o suprimento da demanda, há ainda a troca da matéria-prima, sai a cana-de-açúcar e entra o milho, que também fornece o etanol, durante o momento em que a cana ainda está no campo. Em janeiro do ano passado, por exemplo, o preço de bomba do etanol, superou todos seus registros de preços e atingiu seu recorde em Cuiabá e Várzea Grande ao ser revendido por até R$ 3,049 o litro.
A gasolina também seguiu o movimento baixista das revendas, conforme apurou a ANP. Nas últimas quatro semanas o preço médio no Estado passou de R$ 3,79 para R$ 3,75. Apesar da redução no preço de bomba, o etanol segue, nas duas cidades – considerando a média da ANP – sem vantagem financeira diante da gasolina desde o início do mês de novembro do ano passado. Nesse valor de bomba, o etanol rompe o teto de 70% que é a margem de vantagem entre as duas matrizes, já que o derivado da cana de açúcar tem menor rendimento frente ao derivado de petróleo e por isso o preço dele deve atingir até 70% do preço da gasolina para ser competitivo. Acima desse percentual, não há viabilidade econômica na opção pelo hidratado.
NO PAÍS – Os preços do etanol hidratado nos postos brasileiros subiram em cinco Estados, caíram em 19 e no Distrito Federal e não se alteraram no Amapá e no Rio Grande do Norte na semana encerrada em 4 de março. No período de um mês, as cotações do produto acumulam alta em nove Estados e no Distrito Federal, queda em 14 e estabilidade no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.
Em São Paulo, principal Estado produtor e consumidor, a cotação caiu 1,69% na semana, para R$ 2,668 o litro, e no período de um mês acumula baixa de 4,44%. Na semana, o maior avanço das cotações foi registrado em Sergipe (0,60%), enquanto o maior recuo ocorreu justamente em São Paulo. A maior alta mensal, de 4,52%, foi na Bahia e a maior queda foi em Goiás (7,82%).
No Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol foi de R$ 2,199 o litro, em São Paulo, e o máximo foi de R$ 4,429 o litro, no Rio Grande do Sul. O maior preço médio foi verificado no Amapá, de R$ 3,89 o litro.
Os preços do etanol hidratado seguem sem competitividade ante os da gasolina em todo País, pela 17ª semana consecutiva, de acordo com dados da ANP. A relação é favorável ao biocombustível quando está abaixo de 70%.