Há três anos, uma das obras que prometia ser a revolução no transporte em Cuiabá e Várzea Grande, o Veículo Leve sobre Trilhos teria que ser entregue. Pelo menos isso é que dizia uma das placas de lançamento, que assim como as movimentações nos canteiros “desapareceram”.
Hoje segundo a Secretaria de Estado de Cidades (Secid), cerca de 70% das obras, incluindo material rodante estão concluídas. O contrato previa que as obras seriam orçadas em R$ 1,4 bilhão. A obra de serviço foi dada no dia 21/06/2012 e deveria ser entregue 630 dias depois, em 13 de março de 2014. Ontem, a paralisação completou mais um aniversário. Se tudo tivesse corrido conforme o prometido, os 22,5 quilômetros, com estações, terminais e claro, os vagões do VLT – que hoje sofrem com conseqüências da não utilização – já estariam prontos. A realidade, no entanto é outra e fugiu do planejado. As obras em sua maioria não saíram de poucos quilômetros da cidade de Várzea Grande e ainda não tem data certa para ser iniciada.
Segundo a Secretaria de Estado de Cidades (Secid), já existe um acordo para retomada entre o Governo e o Consórcio VLT – responsável pela obra. Mas, ainda não há datas definidas e nem valores a serem pagos, uma vez que, o acordo ainda depende de homologação judicial. Na semana passada, durante a inauguração da Trincheira do Tijucal, o secretário de Cidades Wilson Santos confirmou a intenção de retomar até junho deste ano as obras do veículo leve sobre trilhos (VLT). Na sexta-feira venceu o prazo concedido pela Justiça Federal para que o Estado e o Consórcio VLT Cuiabá, responsável pelos serviços, entrarem em um acordo que garanta o reinício da construção do novo modal, entre a capital e Várzea Grande.
A Justiça Federal havia concedido no dia 25 de janeiro mais 45 dias para suspensão do contrato do modal para que a negociação fosse feita. Desde fevereiro de 2015 o contrato está suspenso pela Justiça Federal. Como as partes já entraram em acordo, cabe a justiça acatar ou não. O secretário Wilson Santos disse na semana passada que o impasse com o consórcio está praticamente superado. Ele disse que ainda neste mês, a Secid deve concluir o processo de licitação para contratação da empresa que irá fazer a demolição dos imóveis que estão na faixa de domínio por onde vai passar o VLT. Ao todo são 971 imóveis e o Estado já desapropriou 766 áreas referentes às obras de mobilidade urbana, incluindo, o novo modal. “Estamos trabalhado em várias frentes, mas a questão da judicialização tem desacelerado e tem impedido mais velocidade das obras. Mas, temos tido, quero deixar claro, tanto do Poder Judiciário como do Ministério Público (MPE) total apoio e parceria no destravamento dessas obras”, disse.
VLT- Paralisado desde 2014, o VLT já consumiu R$ 1,066 bilhão dos cofres públicos. O valor contratado para a conclusão da obra pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC) foi de R$ 1,477 bi. O consórcio construtor pediu mais R$ 1,2 bilhão para terminar os serviços. Mas, uma consultoria independente feita pela empresa KPMG, com autorização da Justiça Federal, concluiu que o valor para finalizar as obras seria de R$ 602 milhões. A obra deveria estar pronta para a Copa do Mundo, mas não foi. Um aditivo prolongou o prazo de conclusão para 31 de dezembro de 2014, mas as obras foram paralisadas antes já que o Estado não realizou os pagamentos solicitados pelo consórcio.