Mundo

EUA avaliam ação militar para frear programa nuclear norte-coreano

Published

on

Convencido de que a aplicação de sanções é insuficiente para enfrentar a ameaça nuclear norte-coreana, o governo dos EUA começou a explorar caminhos alternativos e disse que entre as opções está o uso de força militar contra Pyongyang. O tema estará no centro da agenda da visita que o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, fará a Japão, Coreia do Sul e China na próxima semana.

A tensão na região aumentou nos últimos dias com o teste de mísseis balísticos pela Coreia do Norte na segunda-feira, o início de exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul na semana passada e a entrega a Seul de um sistema americano de defesa antimísseis, cuja instalação enfrenta ferrenha oposição de Pequim.

Nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que os EUA e a Coreia do Norte são como dois trens que avançam em alta velocidade na direção um do outro. “A questão é: os dois lados estão realmente prontos para uma colisão frontal?”

Wang propôs que a Coreia do Norte suspenda os testes, que os EUA interrompam os exercícios militares e ambos voltem à mesa de negociação. Mas o governo americano rejeitou ontem o abandono das manobras conjuntas com a Coreia do Sul.

“Não retiramos nenhuma opção da mesa”, disse uma alta autoridade do Departamento de Estado, em referência à nova estratégia que está sendo debatida pelo governo de Donald Trump. Segundo ele, o avanço do programa nuclear norte-coreano é uma ameaça crescente não só para a região, mas para os EUA. “Isso muda a conversa.”

Pressa. Existe a percepção em Washington de que a janela de oportunidade para impedir que a Coreia do Norte seja capaz de lançar bombas nucleares contra os EUA está se fechando rapidamente, dando urgência à busca de um caminho alternativo para enfrentar a situação. “Eles ainda não podem nos atingir”, disse Bruce Bennett, da consultoria Rand Corporation, em entrevista à rede ABC. “Mas eles estão a apenas meses ou poucos anos de serem capazes disso. Está ficando muito perigoso.”

Apesar da retórica de Washington, a possibilidade de um ataque americano contra a Coreia do Norte é remota na avaliação de Stephan Haggard, diretor do programa Coreia-Pacífico da Universidade da Califórnia em San Diego. “A principal dificuldade é a geografia de Seul, que está a 50 km da fronteira e poderia ser atingida por artilharia norte-coreana.”

Para Haggard, o problema mais imediato para Tillerson é a resistência chinesa à instalação do sistema antimísseis na Coreia do Sul. Sem isso, ressaltou, será difícil obter o envolvimento pleno de Pequim na busca de uma solução para o programa nuclear norte-coreano.Em sua opinião, a atividade nuclear de Pyongyang tem um caráter defensivo e não levaria a um ataque contra Japão ou Coreia do Sul. Ainda assim, seria politicamente difícil para o governo Trump aceitar uma situação na qual o país tenha capacidade de atingir bases americanas no Japão, observou.

A China sustenta que o sistema antimísseis desencadeará uma corrida nuclear na Ásia e teme que ele seja usado na espionagem de suas atividades militares. Tillerson será o primeiro integrante do gabinete de Trump a visitar Pequim. O secretário de Defesa, James Mattis, esteve na Ásia no início de fevereiro, mas passou apenas por Japão e Coreia do Sul.

COMENTE ABAIXO:

Advertisement

Mundo

Fumaça branca no Vaticano: cardeal Robert Prevost é eleito papa e adotará o nome Leão 14

A Igreja Católica tem um novo líder. A tão aguardada fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina nesta quinta-feira (8), anunciando a eleição do cardeal Robert Francis Prevost como novo papa. A escolha foi feita no segundo dia de conclave, após quatro rodadas de votação. Prevost será conhecido como Papa Leão 14.

Published

on

O cardeal norte-americano foi eleito com pelo menos 89 votos, número necessário para atingir os dois terços dos 133 cardeais votantes. Ele sucede o papa Francisco na liderança da Igreja Católica, que conta com mais de 1,3 bilhão de fiéis ao redor do mundo.

Primeiro papa dos Estados Unidos

Aos 69 anos, Prevost é o primeiro papa nascido nos Estados Unidos e o primeiro oriundo de um país de maioria protestante. Nascido em Chicago, construiu sua trajetória missionária e eclesiástica majoritariamente na América Latina, com forte atuação no Peru, onde viveu por uma década.

Discreto e com perfil reformista, Prevost era prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, duas funções estratégicas no Vaticano. É considerado alinhado à linha de abertura e renovação implementada pelo papa Francisco.

Formado em teologia e direito canônico, ele foi ordenado padre em 1982 e iniciou sua missão no Peru dois anos depois. Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, onde permaneceu até 2023, quando foi nomeado cardeal.

Denúncias marcaram trajetória

Apesar da trajetória sólida na Igreja, Prevost enfrentou uma crise institucional em 2023, quando três mulheres denunciaram que ele teria acobertado abusos cometidos por dois padres peruanos durante sua gestão em Chiclayo. Segundo os relatos, Prevost recebeu as denúncias e as encaminhou à Santa Sé. Um dos religiosos foi afastado preventivamente. O Vaticano ainda não concluiu a apuração do caso.

A diocese negou omissão e sustentou que todas as etapas exigidas pelo direito canônico foram cumpridas.

Como foi o conclave

O conclave teve início na quarta-feira (7), com 133 cardeais reunidos no Vaticano — sete deles brasileiros. As primeiras votações resultaram em fumaça preta, indicando que não havia consenso. Somente na quarta rodada, já na tarde desta quinta-feira (8), houve a decisão final.

Com a escolha de Prevost, a Igreja agora entra em um novo ciclo, marcado por expectativa sobre a continuidade das reformas iniciadas pelo papa Francisco e os rumos políticos e sociais que o novo pontífice deverá adotar nos próximos anos.

Jornalista: Mika Sbardelott

COMENTE ABAIXO:
Continue Reading

POLÍTICA MT

POLICIAL

MATO GROSSO

MUNICÍPIOS

MAIS LIDAS DA SEMANA