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Operação Lava Jato mapeia sociedade entre operadores de propina do PMDB

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A Operação Lava Jato investiga a relação de negócios entre os lobistas Jorge Luz e seu filho Bruno Luz com João Augusto Henriques. Os três são acusados de serem operadores de propinas ligados a políticos do PMDB e agentes públicos da Petrobrás ligados a eles. As investigações têm elos nas empresas Partners Air Serviço e Comércio de Produtos de Petróleo S.A. e Partners Comércio de Combustíveis Automotivos.

É o que mostram os documentos da Operação Blackout, 38ª. etapa da Lava Jato, que prendeu Jorge e Bruno Luz, no dia 24, em Miami, nos Estados Unidos. Relatórios da Receita Federal e do Ministério Público Federal (MPF) mostram a relação comercial comum entre eles.

Henriques foi preso em 21 de setembro de 2015, na Operação Ninguém Durma, a 19.ª. fase da Lava Jato – em fevereiro de 2016, o juiz federal Sérgio Moro o condenou a 6 anos e oito meses de reclusão pelo crime de corrupção em ação penal sobre afretamento do navio sonda Titanium Explorer pela Petrobrás. Em junho de 2016, Moro decretou nova ordem de prisão preventiva de João Henriques.

Jorge e Burno Luz são suspeitos de terem operado pelo menos US$ 40 milhões em propinas no esquema do PMDB, dentro da Diretoria de Internacional da Petrobrás. Alvos da mais nova fase da Lava Jato – o nome Blackout é uma referência ao sobrenome dos lobistas -, eles são considerados os mais antigos operadores de propinas na estatal.

Quebra

A Partners Air teve seu sigilo quebrado de 2005 a 2015 por ordem do juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em primeira instância, em Curitiba. Relatório de Informação 06/2017, do Ministério Público Federal, mostra que a BR Distribuidora – subsidiária da Petrobrás, responsável pela venda de combustíveis – foi a segunda maior fonte de recursos da empresa: R$ 5,39 milhões.

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As ligações de Jorge e Bruno Luz e de Henriques com a Partners são por meio de outras empresas ligadas a eles. A Luz Participações e Eventos, da família dos lobistas alvos da Blackout, é uma das sócias da Partners. Henriques tem relação com a empresa por intermédio da Fortuna Tec Participações e Empreendimentos – que também tem elos com a GEA Projetos, de Jorge Luz.

No pedido de prisão contra a família Luz, a força-tarefa da Lava Jato relaciona quatro negócios da Petrobrás que supostamente envolveram propina dos operadores do PMDB. Na lista estão a compra do navio-sonda Petrobrás 10.000, o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, a venda da empresa Transener e o fornecimento de asfalto pela empresa Sargeant Marine.

A Lava Jato, no entanto, aprofundas investigações sobre os negócios de Jorge Luz e seu filho e cruza dados com as apurações que tinham João Henriques na mira. As empresas Partners fazem parte dos negócios investigados.

Com três anos de investigações, a força-tarefa fecha o cerca contra políticos do PMDB. As suspeitas são que os operadores de propinas ligados ao partido, Jorge e Bruno Luz e João Henriques, tenham mais em comum, além do fato de cumprirem o mesmo papel, de operadores de propinas.

O PMDB controlava a Diretoria de Internacional da Petrobrás, no esquema de fatiamento da áreas estratégicas da estatal por partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva. À partir de 2007, a legenda também teve participação na área de Abastecimento, junto com o PP.

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João Henriques é um ex-executivo da Petrobrás, que depois de deixar o cargo passou a atuar como lobista. Além de abrir portas na estatal para empresários, operacionalizava a corrupção de agentes públicos e políticos, para garantir benefícios nas disputas de mercado por contratos.

Henriques foi preso em setembro de 2015, mesmo mês em que Fernando Soares Falcão, o Fernando Baiano, – primeiro operador do PMDB preso na Lava Jato – fechou sua delação premiada com a força-tarefa. O operador tinha relação direta com o ex-diretor de Internacional Jorge Zelada, preso desde julho de 2015, sucesso do ex-diretor Nestor Cerveró, que virou delator.

Em um computador apreendido na casa de João Henriques, em 2015, a Lava Jato encontrou documento de alteração social da Partners de 2014 – ano em que foi deflagrada das investigações da força-tarefa. Nelas estão estabelecidas as cotas de participação da Fortuna Tec, da Luz Participações e do sócio Carlos Magno Nunes Barcelos.

Nesse material, anexado nos autos da Operação Blackout, deflagrada na última semana, a Polícia Federal lista ainda uma pasta de arquivos com planilhas que teriam relação com negócios da Partners. Nela, conta que entre 2009 e 2011 um total de R$ 15,92 milhões recebidos da Petrobrás. “Sendo geralmente devido por ‘Serviços de Tanqueio’”, informa o documento descritivo da planilha “BD Entradas”.

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DO PMDB:

“O presidente do PMDB, senador Romero Jucá, afirma que os envolvidos nesta operação não têm relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB.”

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Bolsonaro é interrogado pelo STF em investigação sobre suposta trama golpista

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento na tarde desta terça-feira (10) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022.

A oitiva de Bolsonaro é considerada uma das etapas mais aguardadas do inquérito, que busca esclarecer o envolvimento de autoridades civis e militares em articulações para manter o ex-presidente no poder, apesar do resultado das urnas.

Antes dele, já foram ouvidos nomes-chave das Forças Armadas e do governo anterior, incluindo o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o general da reserva Augusto Heleno, que foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante a gestão Bolsonaro.

O inquérito foi aberto com base em delações, documentos e trocas de mensagens apreendidas durante a operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal no início do ano. As investigações apontam para a existência de reuniões e esboços de decretos de estado de sítio e intervenção federal, que teriam como objetivo reverter o resultado eleitoral de 2022.

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A defesa de Bolsonaro nega qualquer participação em atos antidemocráticos e sustenta que ele apenas exerceu o direito de questionar o processo eleitoral dentro dos limites da Constituição.

A oitiva ocorre em ambiente reservado, com a presença de ministros da Corte, representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) e advogados do ex-presidente. A expectativa é que o conteúdo do depoimento seja disponibilizado à imprensa nas próximas horas.

Acompanhe:

 

Jornalista: Mika Sbardelott

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