Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, ex-secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (9), negando qualquer participação no esquema investigado pela Operação Panaceia. A ação, deflagrada na última sexta-feira (6), apura o desvio de recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Regional de Cáceres, a 225 km de Cuiabá.

Em depoimento realizado por videoconferência, acompanhada de seu advogado, Caroline afirmou ser alvo de perseguição e declarou que não tinha poder de decisão sobre os contratos investigados. Ela também pediu exoneração do cargo de secretária-adjunta de Unidades Especializadas da SES logo após as buscas realizadas pela Polícia Federal em sua residência.

As investigações revelam que fraudes em licitações e associações criminosas teriam sido iniciadas durante a pandemia de Covid-19. Recursos federais, estimados em R$ 55 milhões até agosto de 2024, foram direcionados a um grupo de empresas com sócios interligados, excluindo outros concorrentes.

A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou irregularidades nas contratações realizadas para o Hospital Regional de Cáceres, que é referência para 23 municípios e atende cerca de 400 mil pessoas. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) havia emitido pareceres alertando sobre os problemas, mas as contratações seguiram adiante.

Esta não é a primeira vez que Caroline Campos enfrenta investigações. Ela já havia sido citada na Operação Espelho, que apurava crimes de organização criminosa e peculato, mas a denúncia foi rejeitada pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, por falta de provas.

A Operação Panaceia também resultou na prisão do diretor do Hospital Regional de Cáceres, Onair Nogueira, e no bloqueio de R$ 5,5 milhões em bens. As investigações continuam, buscando identificar todos os responsáveis pelo esquema que prejudicou os cofres públicos e comprometeu o atendimento à saúde na região.

ornalista: Luan Schiavon

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