Ana Paula Azevedo, mãe da jovem Emilly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, expressou revolta e dor pelo brutal assassinato da filha, ocorrido nesta semana em Cuiabá. Emilly, que estava grávida, foi morta e teve o bebê arrancado do ventre ainda viva. Durante o velório da filha, nesta sexta-feira (14), na Capela Jardins, Ana Paula exigiu justiça e afirmou que o crime não pode ficar impune.
“Pessoas que não se pode chamar de pessoas porque eles não são nem humanos, mas eu peço muito para essa autoridade, alguém que possa nos ajudar, que coloque na cadeia quem tem que ficar na cadeia, porque eles não têm que ficar impunes. O que fizeram com a minha filha não se faz nem com um animal”, declarou a mãe.
A principal suspeita, Nataly Helen Martins Pereira, confessou o crime e está presa, mas Ana Paula não acredita que ela tenha agido sozinha. Três homens, incluindo o marido de Nataly, chegaram a ser levados à delegacia na quinta-feira (13), mas foram liberados. “Não teve como ela (Nataly) agir sozinha, porque, pelo dano que fizeram no corpo da minha filha, ela sozinha não conseguiria. Ela teve ajuda de pessoas que eu nem gosto de falar, porque isso me machuca. Como mãe, como ser humano, eu não desejo nem para a pior pessoa do mundo o que fizeram com a minha filha”, desabafou.
Ana Paula também revelou detalhes do desaparecimento da filha. Segundo ela, Emilly contou que uma mulher, que se apresentava como bombeira, disse estar grávida do marido cozinheiro e ofereceu doação de roupas de bebê. A suspeita prometeu pagar o transporte para a jovem buscar os itens e levá-la de volta para casa.
“Na terça-feira, quando cheguei do trabalho, liguei duas vezes para minha filha pelo WhatsApp e as chamadas foram recusadas. Depois, às 12h30, recebi uma mensagem supostamente dela dizendo que estava no Uber e não poderia atender. Meu coração apertou, porque não existe você estar no Uber e não poder falar. Mas acredito que naquele momento a Emilly já estava em poder deles”, relatou.
A avó da criança também contestou a versão de Nataly, que afirmou que Emilly não queria ficar com a filha. “Isso não é verdade. Fizemos dois chás de bebê para a Emilly, um pela nossa família e outro pela família do esposo dela. Ela estava feliz e tinha planos com essa criança”, declarou.
A recém-nascida, retirada à força do ventre da adolescente, está bem e permanece sob cuidados. Segundo Ana Paula, exames de DNA foram realizados para confirmar a maternidade e, assim que o resultado for emitido, ela poderá levar a neta para casa.
O crime
Emilly desapareceu na terça-feira (11), após sair de casa no bairro Eldorado, em Várzea Grande, para buscar doações de roupas de bebê em Cuiabá. Sua família registrou um boletim de ocorrência às 22h do mesmo dia. Na quarta-feira à noite, Nataly e o marido deram entrada no hospital com um bebê, alegando que o parto teria ocorrido em casa. No entanto, a equipe médica desconfiou da história, pois a mulher não apresentava sinais de puerpério. Exames confirmaram que a recém-nascida não era filha dela.
Na quinta-feira (13), o corpo de Emilly foi encontrado enterrado em uma cova rasa, com pernas e braços amarrados, asfixiada com um fio no pescoço e um corte na barriga. A investigação revelou que o bebê foi retirado ainda enquanto a jovem estava viva, com cortes precisos no útero que não atingiram outros órgãos.
A Polícia Civil segue investigando a participação de outras pessoas no crime. Por enquanto, apenas Nataly segue presa.
Jornalista: Mika Sbardelott
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