A Polícia Civil deflagrou nesta segunda-feira (14) a Operação Shadow, que investiga um esquema criminoso envolvendo a fuga de dois detentos de alta periculosidade do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande. As investigações apontam o envolvimento direto de policiais penais e outros agentes públicos, que teriam facilitado a saída dos presos sob falsa justificativa de trabalho extramuros.
A operação é conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e a Gerência Estadual de Polinter e Capturas (Gepol), com apoio da Core, Derf de Rondonópolis e da Delegacia de Poconé.
Entre os alvos estão dois policiais penais, investigados por facilitação de fuga de pessoa legalmente presa e por integrar organização criminosa. A Corregedoria da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) acompanha o cumprimento dos mandados judiciais e afirmou que adotará todas as medidas cabíveis contra os servidores envolvidos.
A fuga
O caso aconteceu em 14 de julho de 2023, quando os detentos G.R.S., conhecido como “Vovozona”, e T.A.F.O., saíram da unidade penitenciária supostamente para prestar serviços externos, mas não retornaram.
“Vovozona” é apontado como uma das lideranças do crime organizado na região sul de Mato Grosso. Já T.A.F.O. foi condenado por homicídio em Chapada dos Guimarães e havia tentado escapar da prisão dias antes da fuga.
As investigações revelaram que os criminosos contaram com apoio logístico interno e externo, incluindo uso de uma caminhonete F-250 do Sistema Penitenciário, conduzida por um dos policiais penais investigados, além da autorização irregular dada pelo então diretor da unidade.
Esquema articulado
De acordo com o delegado titular da Draco, Rodrigo Azem Buchdid, foi identificado um grupo criminoso responsável por articular toda a logística da fuga, incluindo veículos, imóveis e apoio de servidores públicos. “A operação tem o objetivo de desarticular esse grupo muito bem estruturado, que montou um plano estratégico com ajuda interna para garantir o êxito da fuga”, afirmou o delegado.
Operação Shadow
O nome da operação, “Shadow” (sombra, em inglês), faz referência aos vestígios deixados pelos fugitivos, que foram fundamentais para identificar os envolvidos. A ação integra o programa Tolerância Zero contra facções criminosas, do Governo de Mato Grosso, e a Operação Inter Partes, além de contar com o apoio da Rede Nacional de Unidades Especializadas no Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Jornalista: Mika Sbardelott
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