Operação Asafe

Venda de sentenças: Justiça deixa réus livres após 13 anos – veja os nomes

Decisão atinge acusados de envolvimento em suposto esquema de venda de sentenças judiciais em Mato Grosso; processo tramitava desde 2012

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A juíza Alethea Assunção Santos, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, extinguiu a punibilidade de nove réus em uma ação penal relacionada à Operação Asafe, que investiga um suposto esquema de venda de sentenças judiciais em Mato Grosso. A decisão foi proferida com base na prescrição dos crimes, já que o processo tramita desde 2012 sem decisão final.

A Operação Asafe foi deflagrada em 18 de maio de 2010 pela Polícia Federal, após três anos de apurações iniciadas em Goiás. Na época, oito pessoas foram presas, incluindo cinco advogados, e foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão.

As investigações começaram após escutas telefônicas, autorizadas judicialmente no âmbito de uma investigação de tráfico internacional de drogas, apontarem a participação de juízes e desembargadores em um esquema de venda de decisões judiciais. Entre os envolvidos, estava o magistrado Evandro Stábile, aposentado compulsoriamente e posteriormente destituído do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Entre os réus desta ação estavam:
Célia Maria Aburad Cury, Ivone Reis de Siqueira, Santos de Souza Ribeiro, Jarbas Rodrigues do Nascimento, Rodrigo Vieira Komochena, Max Weyzer Mendonça de Oliveira, Tarcízio Carlos Siqueira de Camargo, Loris Dilda, Luciano Garcia Nunes, Maristela Claro Allage, Carlos Eduardo Bezerra Saliba, Carvalho Silva, Avelino Tavares Junior, Fernando Jorge Santos Ojeda, Edson Luís Brandão e João Batista de Menezes.

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Segundo a magistrada, “verificou-se nos autos que desde o recebimento da denúncia, em 2012, passaram-se 13 anos sem que tenham ocorrido quaisquer causas de interrupção ou suspensão da prescrição.”

A juíza ainda observou que o prazo prescricional para alguns réus foi reduzido à metade, “tendo em vista que todos têm mais de 70 anos”, como é o caso de Ivone Reis de Siqueira, Célia Maria Aburad Cury, Santos de Souza Ribeiro, Tarcízio Carlos Siqueira de Camargo e Antônio do Nascimento Afonso.

No caso de Max Weyzer Mendonça de Oliveira e Rodrigo Vieira Komochena, a magistrada explicou que a prescrição dos crimes é de 8 anos, tornando obrigatória a extinção da punibilidade.

Ainda segundo a decisão, também foi reconhecida a prescrição iminente para os réus Loris Dilda e João Batista de Menezes, que se aproximam da faixa etária de 70 anos. A juíza entendeu que “a possibilidade de aplicação de sanção penal é remota.”

Por fim, a magistrada concluiu:

“Diante do exposto e em consonância com o parecer ministerial, julgo extinta a punibilidade de Ivone Reis de Siqueira, Célia Maria Aburad Cury, Santos de Souza Ribeiro, Tarcízio Carlos Siqueira de Camargo, Antônio do Nascimento Afonso, Jarbas Rodrigues do Nascimento, Maristela Claro Allage, Edson Luis Brandão, Fernando Jorge Santos Ojeda, declarando a prescrição da pretensão punitiva estatal, bem como extingo a punibilidade dos acusados Max Weyzer Mendonça Oliveira e Rodrigo Vieira Komochena. Reconheço a prescrição antecipada e a ausência de interesse de agir e determino o arquivamento dos autos em relação aos Loris Dilda e João Batista de Menezes.”

A Operação Asafe é uma das mais emblemáticas da história do Judiciário mato-grossense, e embora tenha levado ao afastamento e punição de magistrados, muitos réus agora ficam livres de sanções penais por conta da morosidade processual.

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Jornalista: Mika Sbardelott

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Policial

Polícia Civil desarticula quadrilha que realiza furtos com bloqueadores de sistema de trava de veículos

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A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (12.6), a Operação Noriat, para desarticular uma quadrilha que atua na prática de furtos em veículos, mediante o uso de dispositivo bloqueador de sistema de trava e alarme de veículos.

As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG) iniciaram-se em março de 2025. Um dos furtos praticados pela associação criminosa ocorreu no dia 18 de março, quando um empresário e advogado estacionou a sua caminhonete em frente a um restaurante, na Avenida da FEB, em Várzea Grande. Ele acionou o sistema de trava e alarme do veículo e se dirigiu ao restaurante. Porém, ao retornar, encontrou a porta aberta.

O advogado constatou o furto de uma pistola calibre 38, com registro, avaliada em R$ 10 mil, uma mochila de couro preta (avaliada em R$ 1 mil), R$ 2 mil em espécie, U$ 300 também em espécie, duas folhas de cheques em branco, uma carteira de bolso da marca MontBlanc no valor de R$ 3 mil, documentos pessoais, escrituras, contratos e 10 cartões bancários, com os quais realizaram diversas compras online.

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Assim que tomou conhecimento do furto, a equipe da Derf iniciou as investigações, coletando e analisando imagens do local e imediações, e identificou dois homens suspeitos de integrarem uma associação criminosa.

O modus operandi da quadrilha consiste em posicionar o veículo nas proximidades de empresas, inclusive restaurantes, e aguardar uma potencial vítima, para que, utilizando um dispositivo eletrônico, bloqueiem o sistema de trava do veículo da vítima e aguardem a vítima se afastar.

Em seguida, um dos ladrões pratica o furto, enquanto os comparsas permanecem dando cobertura nas imediações, para avisar acerca da aproximação de viatura e dar fuga ao comparsa.

O ladrão, que faz a linha de frente, após subtrair os pertences do interior do veículo, costuma sair andando naturalmente por uma grande distância. Depois, ele entra no veículo em que os comparsas estão aguardando para fugir.

A associação criminosa é composta por, pelo menos, cinco integrantes, que se revezam na prática dos furtos e perpetram os crimes em Várzea Grande e demais municípios de Mato Grosso, bem como em outros estados da Federação.

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Um dos alvos da Operação Noriat já possui condenação pela prática de furto qualificado, realizado com o mesmo modus operandi, e responde pelo mesmo crime em Goiás. O outro alvo da operação também já possui registros pela prática de furto qualificado, ameaça e estelionato.

A Derf-VG representou pela expedição de mandados de buscas, bloqueio de valores e pela decretação das prisões preventivas dos dois alvos. Os mandados foram decretados pela Segunda Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande e cumpridos na manhã desta quinta-feira (12.6) em dois condomínios residenciais, situados no bairro Porto e Carumbé, em Cuiabá.

Fonte: Policia Civil MT – MT

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