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Davi elogia disposição do governo para negociar alternativas para o IOF

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O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre, elogiou o governo federal por aceitar negociar com o Congresso alternativas para o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O elogio ocorreu nesta terça-feira (3), após reunião de Davi com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente da Câmara, Hugo Motta; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; e outros ministros e lideranças do governo. Para o presidente do Senado, este é o momento para se buscar “uma agenda estruturante de país”.

— Não dá para tratar isoladamente o problema que nós estamos vivendo nas contas públicas do Brasil. São agendas sensíveis, que precisam ser debatidas e enfrentadas. Todos nós estamos preparados, com maturidade política, para enfrentar agendas sensíveis, quando essas agendas sensíveis forem a favor da estabilidade econômica, para garantirmos o crescimento econômico, a geração de emprego, a diminuição das desigualdades sociais e as injustiças — afirmou Davi durante entrevista coletiva concedida após a reunião.

Em nota à imprensa, o presidente do Senado defendeu “uma construção conjunta entre Legislativo e Executivo em torno de alternativas sustentáveis e responsáveis”. Além disso, ele destacou que “a disputa entre os Poderes não interessa à sociedade brasileira”.

Davi Alcolumbre e Hugo Motta informaram que as novas medidas apresentadas pelo governo serão negociadas ainda nesta semana com líderes da Câmara e do Senado. Ambos ressaltaram que as medidas que obtiverem consenso serão divulgadas provavelmente na próxima semana.

Também participaram da reunião o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA); a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; e o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).

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O ministro da Fazenda — que não quis revelar quais alternativas foram apresentadas aos parlamentares — elogiou senadores e deputados federais por facilitarem o diálogo. Ele disse que, por enquanto, o decreto do IOF continuará em vigor.

— Eu preciso da aprovação de pelo menos uma parte das medidas para rever o decreto. (…) Eu preciso garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal e o cumprimento das metas — disse Haddad.

Relembre

O aumento das alíquotas do IOF, implementado pelo governo federal na semana passada por meio de decretos, provocou fortes reações no Congresso. Deputados federais e senadores apresentaram projetos para derrubar a medida. E a falta de negociação com o Congresso foi mal recebida pelos presidentes das duas Casas.

Na quarta-feira, em Plenário, Davi Alcolumbre criticou o governo por determinar o aumento sem que houvesse uma consulta prévia ao Parlamento. Para o presidente do Senado, o caso do IOF deve ser “a última daquelas decisões tomadas pelo governo tentando de certo modo usurpar as atribuições legislativas do Poder Legislativo”.

— Cada Poder tem as suas atribuições, tem as suas competências. Nós não vamos aceitar que um Poder possa interferir em outro Poder, e esse caso concreto levantou toda essa polêmica. Poderiam ter buscado o diálogo, a conciliação, a pacificação e o entendimento. Mas tomaram uma decisão unilateral, que daria ao Parlamento o direito de tomar uma decisão unilateral de colocar em votação um projeto de decreto legislativo [para derrubar a medida] — declarou Davi.

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De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa do Senado, nos últimos 25 anos não houve a derrubada de qualquer decreto presidencial por parte do Congresso. Alguns projetos de decreto legislativo (PDLs) que tinham o objetivo de derrubar medidas do governo chegaram a ser aprovados em uma das Casas, mas antes que houvesse a votação na outra Casa, o governo de plantão acabou recuando em sua decisão.

Foi o que aconteceu, por exemplo, em 2023, quando o governo federal publicou dois decretos que modificavam o marco legal do saneamento básico. Com a derrubada desses instrumentos na Câmara, o Executivo voltou atrás para que o mesmo não ocorresse no Senado.

Imposto maior

O decreto presidencial anunciado na semana passada elevou as alíquotas do IOF para operações de crédito (empréstimos e financiamentos), gastos no exterior (compras com cartão de crédito, pré-pagos internacionais e moeda estrangeira em espécie) e investimentos em previdência privada.

A elevação do IOF tem o propósito, segundo o governo, de viabilizar a meta de superávit primário de 0,25% do PIB em 2026.

No entanto, com as reações à medida, o governo já recuou em parte, como na previsão de alta do tributo para os investimentos no exterior. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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Política Nacional

Oposição quer derrubar novo decreto sobre IOF; governo busca entendimento

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Após a reunião do Colégio de Líderes, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que vai pautar na próxima segunda-feira (16) requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo PDL 314/25, do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), que suspende o decreto do governo que amenizou o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Entenda
Em maio, o governo editou um decreto elevando o IOF para reforçar a arrecadação pública. A medida provocou reação da Câmara dos Deputados, do Senado e do mercado.

Ontem, o Poder Executivo publicou uma medida provisória sobre tributação de investimentos e propostas de corte de gastos e um novo decreto com alíquotas menores do IOF, mas ainda assim com aumentos.

Críticas
Segundo Zucco, o governo não pode mais aumentar impostos sem apresentar corte de gastos. “Temos que mostrar ao governo que não é aumentando imposto, por meio de um confisco, que vamos arrumar a economia. Não houve avanço nenhum no corte de gastos”, criticou o parlamentar.

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O líder do Novo, deputado Marcel Van Hattem (RS), também criticou a proposta do Executivo. Segundo, ele o compromisso da oposição não é com o aumento de impostos.

“O aumento do IOF é uma agressão ao Congresso, porque não se pode aumentar imposto de arrecadação via decreto. O IOF é um imposto regulatório e não arrecadatório”, disse o parlamentar.

Sem acordo
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que não há acordo para votar o mérito do projeto. Os parlamentares votarão apenas o pedido de urgência para a tramitação da proposta.

Guimarães disse que vai orientar voto contrário ao projeto, mas vai conversar com os demais líderes sobre o tema. “Nós vamos trabalhar para buscar os entendimentos até segunda-feira e vamos atuar para construir um bom entendimento.”

Contingenciamento
O líder alertou que, se for o decreto for derrubado, o contingenciamento poderá ser maior para cumprir as metas do arcabouço fiscal aprovado pelo próprio Congresso.

“O governo editou um decreto importante. Se for derrubado, vai ter um contingenciamento maior. Também editou uma MP, que vai ser discutida”, acrescentou.

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O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que, se a oposição derrubar o novo decreto, o decreto anterior, muito mais duro, é que vai ficar valendo. “Parece uma medida meio inconsequente. Esperamos até o começo da próxima semana convencer o Parlamento. Votar um PDL como esse só vai trazer mais confusão para a economia”, alertou Farias.

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Wilson Silveira

Fonte: Câmara dos Deputados

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