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Deputados, incluindo coroneis da PM, votam contra manutenção da prisão de Chiquinho Brazão

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Na votação ocorrida na Câmara dos Deputados, em Brasília, no último dia 10, uma decisão crucial foi tomada: a manutenção da prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do brutal assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. Com 277 votos a favor do parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) pela continuidade da prisão e 129 votos contrários, além de 28 abstenções, o Plenário da Câmara manifestou-se de forma decisiva.

No entanto, uma análise mais detalhada revela uma divisão interessante entre os deputados federais de Mato Grosso, estado que teve todos os seus 8 representantes participando da votação. Enquanto 5 deputados votaram pela soltura de Brazão, alegadamente em desacordo com o parecer da CCJ, apenas 3 votaram pela manutenção da prisão.

Dentre os votantes a favor da soltura, chama a atenção o fato de que alguns são coroneis da Polícia Militar (PM), uma posição que, à primeira vista, poderia sugerir um entendimento mais rígido em relação à justiça e à segurança pública. Abilio Brunini, Amália Barros, Coronel Assis, Coronel Fernanda e José Medeiros, todos representantes do estado, optaram por seguir um caminho que parece contradizer a expectativa de um posicionamento firme contra crimes graves como o que é imputado a Brazão.

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Por outro lado, os deputados Emanuelzinho, Gisela Simona e Juarez Costa, que votaram pela manutenção da prisão, tomaram uma posição que parece estar mais alinhada com a gravidade do caso em questão e com o respeito às instituições judiciais. Essa postura, embora menos numerosa, indica uma clara tentativa de não permitir que interesses políticos obscureçam a busca pela verdade e pela justiça no caso Marielle Franco.

A votação na Câmara dos Deputados não apenas reflete as complexidades políticas envolvidas no sistema legislativo brasileiro, mas também lança luz sobre as questões éticas e morais que permeiam o debate público. A presença de coroneis da PM entre os que votaram pela soltura de um indivíduo acusado de envolvimento em um crime hediondo suscita questionamentos sobre a integridade e a transparência das motivações por trás das decisões políticas.

A sociedade brasileira, que há muito tempo clama por justiça no caso Marielle Franco, observa atentamente cada passo dado pelos representantes eleitos. E a decisão da Câmara dos Deputados, com suas nuances e contradições, certamente será objeto de intensa reflexão e análise nos próximos dias.

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Jornalista: Mika Sbardelott

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CPIs da Assembleia Legislativa avançam em investigações

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Duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) estão, atualmente, em andamento na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, criadas para ampliação do trabalho de investigação em diferentes áreas. A CPI da Telefonia Móvel está em fase de elaboração do relatório final, enquanto a CPI das Invasões teve os trabalhos prorrogados por mais 180 dias e segue realizando oitivas e visitas in loco.

A CPI da Telefonia Móvel foi criada em março de 2023 com a finalidade de investigar as tarifas cobradas e a qualidade dos serviços executados pelas prestadoras de serviço de telefonia móvel em Mato Grosso. Os deputados Diego Guimarães (Republicanos) e Dr. Eugênio (PSB) respondem, respectivamente, pela presidência e relatoria da comissão, que conta ainda com os deputados Carlos Avallone (PSDB), Juca do Guaraná (MDB) e Faissal (Cidadania), como membros titulares.

Desde a sua constituição, a CPI já realizou 15 oitivas. Entre as pessoas ouvidas, estão representantes das operadoras Vivo, TIM/Oi e Claro e da Agência Nacional de Telecomunicações em Mato Grosso (Anatel).

Relatório parcial apresentado pela comissão em agosto do ano passado aponta que o Estado de Mato Grosso possui número insuficiente de antenas, de acordo com os padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), sendo o município de Colniza o que apresenta o maior déficit. O documento revela ainda que os investimentos realizados pelas operadoras de telefonia móvel em 2022 ficaram abaixo da inflação, se comparado com os gastos de 2021.

Foto: Marcos Lopes

Segundo o presidente da CPI, Diego Guimarães, o relatório final já está em fase de produção e deve ser apresentado em breve. Para sua conclusão, a equipe aguarda documentação do Ministério das Telecomunicações. 

Entre as principais conquistas da comissão, o parlamentar cita o aumento no número de reclamações registradas pelos consumidores, em relação aos serviços de telefonia ofertados no estado.

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“Nós tivemos grandes avanços. Primeiro, uma participação maciça da população, alcançando números inimagináveis de reclamações. Até então, os dados da Anatel revelavam que poucos mato-grossenses reclamavam do serviço de telefonia, muito embora eles sempre fossem muito ruins. Então nós fizemos uma provocação à população e ela nos acompanhou nesse sentido, em forçar as reclamações e, em pouco mais de seis meses de CPI, foram registradas mais de 3 mil reclamações, sendo todas conduzidas para Anatel e também para todas as empresas de telefonia”, disse.

O deputado destaca ainda a emissão, no ano passado, de mais de 200 ordens de serviços de melhoria, ampliação e instalação de novos postos de transmissão na estações rádio-bases, pelas empresas de telefonia.

“O município de Água Boa, no Araguaia, por exemplo, não tinha internet 4G e, com os esforços feitos por nós [CPI], hoje o serviço funciona muito bem. Em outros municípios, como Canarana, também tivemos avanço. Recentemente, recebemos a boa notícia da instalação de mais uma torre em Juruena, no distrito de Bom Jardim, em Nobres, que é um paraíso turístico de cidade de Mato Grosso. Também na Agrovila das Palmeiras, no município de Santo Antônio de Leverger, está funcionando. Lá no distrito de Terra Roxa, no município de Juína, hoje já está instalada a antena também, aguardando a liberação do sinal pela operadora”.

Em relação ao relatório final, o parlamentar adianta que os apontamentos apresentados irão “conduzir de forma satisfatória como as empresas de telefonia devem atuar no estado”. Ressalta ainda que o documento será encaminhado aos órgãos de controle, aos quais caberá a adoção de eventuais medidas coercitivas e punitivas contra as empresas que não têm cumprido os padrões mínimos de qualidade ou aceitável.

CPI da Invasões 

A CPI das Invasões foi oficialmente instalada em outubro de 2023, por solicitação do deputado Gilberto Cattani (PL), que responde pela sua presidência. A comissão tem o objetivo de investigar as invasões urbanas e rurais ocorridas no estado e conta ainda com os  deputados Carlos Avallone (PSDB), Janaina Riva (MDB), Fábio Tardin – “Fabinho” (PSB) e Wilson Santos (PSD), como membros titulares.

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As discussões acerca das invasões de terras mato-grossenses foram iniciadas por Cattani durante reuniões da Câmara Setorial Temática (CST) da Invasão Zero. No entanto, o parlamentar apresentou requerimento para criação da CPI, devido ao seu amplo poder de investigação.

“A CST foi criada com o objetivo de ajudar os produtores e está ajudando, mas nós nos sentimos impotentes na questão de realmente fiscalizar, de investigar de maneira efetiva e dar uma resposta aos cidadãos que têm sofrido invasão das suas propriedades, então nós resolvemos criar uma CPI na Assembleia Legislativa para investigar esses crimes cometidos no estado de Mato Grosso e podermos, realmente, tomar medidas para reprimir essas práticas”, disse, na época.

Até o momento, quatro pessoas já foram ouvidas pela comissão, sendo dois policiais que realizaram apreensão de drogas em um assentamento e dois proprietários de terras invadidas. Além disso, a CPI também irá realizar oitivas em regiões mais afastadas do estado. 

“A CPI precisa fazer [oitivas] em três regiões do estado, aonde é muito distante para as pessoas virem até nós, então nós iremos até aquelas pessoas que estão precisando da CPI”, anunciou Cattani, em reunião nesta segunda-feira (29).

Além das oitivas, a CPI também realizou visita in loco em áreas localizadas no Contorno Leste, em Cuiabá. Em abril, o prazo para conclusão dos trabalhos foi prorrogado por mais 180 dias.


Secretaria de Comunicação Social

Telefone: (65) 3313-6283

E-mail: [email protected]


Fonte: ALMT – MT

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