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TJMT leva a Sinop projeto que usa a educação para prevenir violência contra mulheres

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Diretores, coordenadores e professores de 25 escolas da rede municipal de ensino de Sinop participaram nesta sexta-feira (31) do processo formativo de um projeto pioneiro que coloca a educação como aliada no enfrentamento à violência contra a mulher. A iniciativa tem a escola como principal ferramenta para desconstruir conceitos e ressignificar comportamentos por meio da campanha “A Escola Ensina, a Mulher Agradece”, uma das estratégias de transformação social promovida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Já instalado em Cuiabá, Rondonópolis e agora em Sinop, o projeto tem como foco os estudantes da rede pública de ensino, incentivando reflexões sobre respeito, igualdade de gênero e prevenção da violência doméstica desde a infância e a adolescência.

A desembargadora Maria Erotides Kneip, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar no âmbito do Poder Judiciário de Mato Grosso (Cemulher), destacou a importância da parceria entre o Tribunal de Justiça e o município.

“Em agosto estivemos na Prefeitura e tivemos uma reunião com o prefeito Roberto Dorner, que demonstrou visão de futuro ao apoiar essa iniciativa. É por meio da escola que levamos conhecimento e promovemos a ressignificação do que acontece dentro das casas. Hoje, o Tribunal de Justiça está aqui para fazer essa capacitação e colocar Sinop, junto com Rondonópolis e Cuiabá, no ranking da disputa dos melhores trabalhos de expressão cultural no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher”, afirmou.

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Ela pontuou ainda que o projeto reúne estudantes do Ensino Fundamental (I e II). “A expressão cultural se faz com as crianças da primeira à quinta série, que vão demonstrar o que entendem sobre se posicionar e se expressar. Haverá um concurso com os três melhores trabalhos de cada escola, passando por uma fase municipal e, posteriormente, por uma etapa entre os municípios participantes”, explicou.

A juíza da 2ª Vara Criminal de Sinop, Rosângela Zacarkim dos Santos, ressaltou o papel transformador da proposta.

“O projeto busca a formação do ser humano – do menino, da menina – na mudança de mentalidade, na quebra de uma cultura que vem sendo enraizada há gerações. Teremos reflexos imediatos e também a longo prazo, com uma geração melhor, que encare a violência com o devido repúdio e consciência dos seus direitos”, afirmou.

Já a secretária municipal de Educação, Salete Rodrigues, explicou que o encontro teve como objetivo apresentar à rede educacional o funcionamento do projeto na prática. As ações de conscientização serão desenvolvidas em sala de aula, com o apoio de professores, coordenadores e diretores escolares, priorizando linguagens acessíveis às crianças.

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“São as crianças do primeiro ao quinto ano. Por meio de desenhos, música, poesia, redação, vídeos, a forma que a criança escolher para se expressar. Essa é a essência do projeto. Ele ficará na rede até o fim do ano, e os professores terão um prazo para planejar e inserir as atividades no planejamento escolar”, detalhou.

As atividades formativas foram realizadas no Centro de Formação Continuada da Rede Municipal de Ensino (Ceforme), consolidando mais uma etapa da união entre o Poder Judiciário e o município de Sinop na promoção de uma cultura de paz e respeito às mulheres.

“A Escola Ensina, a Mulher Agradece” combina concurso escolar e formação de educadores para identificar sinais de abuso, prevenir comportamentos violentos e estimular o respeito dentro e fora das escolas.

Fotos: Adriana Reis/Assessoria de Comunicação Prefeitura de Sinop

Autor: Patrícia Neves

Fotografo:

Departamento: Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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“Hoje é nossa vez”: casamentos são encaminhados e crianças tiram primeiro RG em ação do Judiciário

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No segundo dia de atendimentos da 7ª Expedição Araguaia-Xingu, no Distrito de Espigão do Leste, em São Félix do Araguaia (1.060km de Cuiabá), o que mais se viu foram histórias de amor e pertencimento. O que era para ser apenas um dia de serviços de cidadania se tornou palco de declarações emocionadas e encaminhamentos para casamentos civis, algo que muitos casais esperaram por anos.

De mãos dadas, lágrimas nos olhos e voz embargada, o lavrador Domingos Pinheiro da Luz, 57 anos, enalteceu o que significou esse momento. “Deus presenteou essa linda pessoa na minha vida. Ela esteve comigo nas horas mais difíceis. Só tenho a agradecer. Hoje eu vou sair daqui sabendo que vamos casar”, disse.

Ao lado dele, a companheira Luciene Pereira Lima dos Santos, 54 anos, também esbanjava felicidade. Ela diz que o casamento é uma escolha e que a vida com Domingos foi um presente. “Deus colocou um homem muito bom na minha vida. A gente conversa, se entende no olhar. É a alegria que eu pedi a Deus”, declarou-se.

O casal vive junto há quatro anos e tentava oficializar a união na cidade, mas a distância da Comarca mais próxima e o custo do deslocamento sempre adiavam o sonho. Com a expedição, saíram com todo processo encaminhado.

Quem também aproveitou essa oportunidade foi o casal Jayne Rafaela Feitosa de Paula, 29 anos, Flávio Medeiros da Silva, 27 anos. A professora e o operador de máquinas chegaram à Expedição com o objetivo de atualizar as vacinas da filha mais velha. Mas saíram com um segundo: o encaminhamento para o casamento.

Acesse as fotos no Flickr do TJMT

Nos braços dela, a pequena Helena, de apenas 19 dias. “Ontem fez oito anos que a gente namora. Aí a gente pensou: ‘por que não casar logo?’”, contou Jaime. “Se não fosse a expedição, teríamos que ir até Confresa. Com bebê, escola, trabalho… ia ficar para depois. Aqui resolvemos tudo num dia só”, completou.

Milagre “Já estava tudo pronto. A expedição só antecipou o milagre”. Assim descreveu Irene Martins de Sousa, 62 anos, a presença da comitiva na região. Ela e o marido Mauro César Pereira de Sá, 53 anos, já estavam com alianças guardadas e planejavam casar em breve na cidade. Mas quando souberam que poderia ser encaminhado na Expedição mesmo, não pensaram duas vezes. “Quando disseram que tinha casamento ontem, eu falei: ‘Hoje é minha vez’. Deus abriu as portas”. “Casamento é respeitar e amar o outro. Não via a hora disso acontecer”, acrescentou Mauro.

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O casal ainda aproveitou o ensejo para atualizar documentos pessoais e consultar com o oftalmologista. “A Expedição resolveu nossa vida. Documento, óculos, tudo. Se não fosse ela, ia demorar muito tempo”.

Casar na Expedição: como funciona? O juiz coordenador da Expedição, José Antônio Bezerra Filho, explicou que o casamento civil exige habilitação, análise documental, envio ao cartório e manifestação do Ministério Público. Na expedição, com a presença das instituições que integram o Sistema de Justiça, o processo ganha velocidade. “Aqui nós iniciamos todo trâmite. Comprovada a renda de até três salários, o casal tem isenção de taxas. O processo segue ao cartório e o casamento é marcado. Isso evita deslocamentos de 200 quilômetros e realiza sonhos”, evidenciou.

Ele destacou que, além de amor, o casamento previne litígios futuros, pois garante direitos. “Quando há documentação, diminui ações de guarda, pensão e reconhecimento de união estável. O casamento traz segurança jurídica”, apontou.

RG e euforiaEnquanto casais oficializavam histórias de amor, outro momento chamou atenção na 7ª Expedição Araguaia-Xingu em Espigão do Leste: a emissão do primeiro RG de crianças. Eram pouco mais das 6h quando Artemis Ferreira Lira, 26 anos, chegou com os filhos Maurício, 11 anos, e Juliana, 9. Ela havia decidido que aquele seria o dia em que os filhos teriam, finalmente, o primeiro documento de identificação. “Se não fosse a expedição, eu nem sei quando ia conseguir. Tudo é gasto, tudo é longe”, contou a mãe, aliviada.

Maurício não conseguia esconder a euforia desde o momento que sentou na cadeira de atendimento até quando escreveu o próprio nome na tela e colocou as digitais na leitora. “Eu gostei de escrever meu nome e colocar o dedo na máquina. Agora posso fazer muita coisa!”, disse.

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Juliana, mais tímida, confessou que achou que algo poderia dar errado, mas respirou fundo quando ouviu a confirmação do atendimento. “Foi legal. Agora vou mostrar meu documento para todo mundo”, revelou.

Parceiros A 7ª Expedição Araguaia-Xingu é liderada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, por meio da Justiça Comunitária, com a participação direta do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) e do Juizado Volante Ambiental (Juvam).

A iniciativa se torna possível graças a uma grande rede de cooperação institucional. Compõem essa força-tarefa órgãos como a Defensoria Pública, Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Ministério Público do Estado, Politec, Justiça Federal, Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Polícia Judiciária Civil (PJC), Companhia de Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar e as Secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema), Saúde (SES), Educação (Seduc) e Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Também apoiam a expedição a Receita Federal, a Caixa Econômica Federal, o INSS, a Assembleia Legislativa, o Exército Brasileiro e as prefeituras dos municípios atendidos. O projeto ainda conta com o apoio de empresas parceiras, entre elas Aprosoja, Energisa, Paiaguás Incorporadora e Bom Futuro.

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Autor: Talita Ormond

Fotografo: Alair Ribeiro

Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT

Email: [email protected]

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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