O Outubro Rosa é mais do que um mês de mobilização — é um lembrete essencial sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. A campanha, que já faz parte do calendário da saúde, busca alertar a população de que cuidar-se é o primeiro passo para reduzir a mortalidade da doença, que segue como o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, depois do câncer de pele não melanoma.
O mastologista e cirurgião de mama do Hospital São Mateus, Luis Fernando Barros, explica que alterações como nódulos nas mamas, saída de sangue pelo mamilo, retenção ou espessamento da pele e ínguas aumentadas nas axilas devem sempre motivar a busca por avaliação médica. O autoexame é importante para o autoconhecimento, mas não substitui a mamografia, que continua sendo o exame mais eficaz para a detecção precoce.
“A recomendação é que a mamografia seja realizada anualmente entre os 40 e 74 anos, conforme orientação médica. Quando o câncer de mama é detectado no início, as chances de cura chegam a 90% ou 95%, o que torna o diagnóstico precoce um dos pilares mais eficazes no combate à doença”, afirma o médico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados mais de
73.mil novos casos de câncer de mama no Brasil em 2025, o que reforça a necessidade de atenção constante aos exames preventivos e aos fatores de risco. Entre eles, estão o sexo feminino, o histórico familiar da doença, a obesidade, o sedentarismo, a ausência de amamentação, além de características hormonais e genéticas, como menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos), menopausa tardia e mamas densas.
Os principais fatores de risco incluem ser do sexo feminino, histórico familiar de câncer de mama, obesidade, sedentarismo, ausência de amamentação, mamas densas, além de menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos) e menopausa tardia. Esses fatores não significam que a mulher terá câncer, mas indicam que é preciso redobrar a atenção com os exames preventivos.
Luis Fernando Barros orienta que as mulheres conheçam o próprio corpo e fiquem atentas a alterações nas mamas, como nódulos, saída de sangue pelo mamilo, retenção ou espessamento da pele, e ínguas aumentadas nas axilas. “Ao notar qualquer sinal diferente, é importante procurar um médico o quanto antes. O autoexame é uma ferramenta de autoconhecimento, mas não substitui a mamografia”, destaca.
O tratamento do câncer de mama evoluiu de forma significativa nos últimos anos, com novas abordagens cirúrgicas, medicamentos mais eficazes e equipamentos de radioterapia modernos, que aumentam as possibilidades de cura e reduzem os efeitos colaterais. Hoje é possível personalizar o tratamento de acordo com o tipo molecular do câncer, oferecendo mais segurança e qualidade de vida às pacientes.
O mastologista ressalta ainda que o cuidado é feito de forma multidisciplinar, envolvendo uma equipe composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais. “Acompanhar uma paciente com câncer de mama vai além da cirurgia ou da medicação. Envolve acolhimento, escuta e empatia. Por isso, o trabalho em equipe é fundamental para garantir o melhor resultado possível”, afirma Barros.
Além da equipe de saúde, o apoio familiar e a rede de amigos têm papel decisivo na recuperação. “O afeto, o suporte emocional e o incentivo são essenciais nessa jornada. O câncer de mama é um desafio que ninguém precisa enfrentar sozinha”, completa o mastologista.
Mais do que um mês de conscientização, o Outubro Rosa é um convite à ação. Realizar os exames de rotina, manter hábitos de vida saudáveis e procurar atendimento diante de qualquer alteração são atitudes que salvam vidas. Cuidar-se deve ser um compromisso de todos os dias — porque a prevenção ainda é o melhor caminho para vencer o câncer de mama.
Dr. Luiz Fernando de Barros é mastologista e cirurgião de mama do Hospital São Mateus