Por maioria, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou, na sessão desta quarta-feira (19), o reajuste de 6,8% para servidores efetivos do Poder Judiciário. A votação ocorreu em meio a discursos intensos em defesa da categoria, mesmo diante da sinalização do governador Mauro Mendes (União Brasil) de que deve vetar o projeto por temer um “efeito cascata” de até R$ 1,6 bilhão aos demais poderes.

A proposta foi enviada à Casa em outubro pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), comandado pelo desembargador José Zuquim. O texto prevê a recomposição salarial para aproximadamente 3,5 mil servidores concursados, com impacto estimado de R$ 42 milhões só em 2025.

Apesar do aval em primeira votação no dia 22 de outubro, o projeto enfrentou sucessivas manobras e pedidos de vista. No dia 29, o vice-líder do Governo, deputado Beto Dois a Um (PSB), solicitou vistas. Depois, ao retornar à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), novo pedido foi feito pelo deputado Dr. Eugênio (PSB). Já no plenário, Chico Guarnieri (PRD) também segurou a análise com novo pedido de vistas.

A votação desta quarta-feira ainda foi marcada por um episódio inusitado: ao assumir a presidência, o deputado Max Russi (PSB) percebeu que o projeto havia sumido. Ele pediu que quem tivesse retirado o documento o devolvesse imediatamente. Após o retorno do texto, Russi agradeceu aos parlamentares da base e à Casa Civil por não utilizarem novos mecanismos para retardar novamente a apreciação.

A matéria acabou aprovada por maioria, e o presidente da sessão solicitou que os votos fossem registrados posteriormente.

Agora, o texto segue para o governador Mauro Mendes, que já declarou publicamente que deve vetar o reajuste. O resultado abre mais um capítulo na disputa entre Executivo e Judiciário pela recomposição salarial dos servidores.

Jornalista: Mika Sbardelott

 Clique aqui e receba notícias do VOZMT no seu celular