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Após repercussão, Rafael Ranalli recua e admite que convite a Carlos Bolsonaro para disputar o Senado por MT foi “utopia”

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Depois de viralizar ao convidar o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para transferir seu domicílio eleitoral e disputar o Senado por Mato Grosso, o vereador cuiabano Rafael Ranalli (PL) voltou atrás e admitiu que a proposta não passa de “utopia”. A declaração ocorre em meio às articulações internas do PL e à crescente tensão entre grupos bolsonaristas no estado, intensificada após o embate público entre o governador Mauro Mendes (União) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Em entrevista à Rádio Cultura FM, Ranalli revelou que a ideia surgiu em conversas informais no gabinete do deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), durante o auge das brigas internas entre bolsonaristas em Santa Catarina. Segundo ele, a provocação teria o objetivo de “mexer” no tabuleiro político de Mato Grosso, embora nunca tenha havido qualquer movimento real para atrair o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o estado.

“Essa discussão foi dentro dessa celeuma bolsonarista. Eu estava no gabinete do Elizeu e falei: se está a briga lá em Santa Catarina, traz a polêmica para cá, traz ele para cá e arranca o Mauro Mendes da chapa. Porque aí o Carlos vindo é barroco”, disse o vereador.

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Ranalli reconheceu que a articulação tinha como finalidade impedir que Mauro Mendes se consolidasse como o segundo nome ao Senado na chapa apoiada por Jair Bolsonaro.

“Quem sou eu pra falar ‘não vem mais’? Eu, se puder assinar, assino: não vem mais. Mas eu não sou do diretório, não sou da nacional, não sei o que pode haver de combinado. Tem muita água pra rolar até as convenções. Mas, assim, foi só utopia. Seria um pé na porta, nada além disso”, declarou.

Ambição ao Senado: “seria a cereja do bolo”

Em meio às discussões, Ranalli aproveitou para reforçar seu desejo pessoal de disputar uma vaga ao Senado, apesar de reconhecer que concorre com nomes muito mais estruturados. Ele comparou o cenário a um duelo entre “Davi e Golias”.

“Eu fiquei muito animado com a minha ideia. Sempre fui um franco-atirador. Sou PF, só quero ajudar. Acho que uma vaga ao Senado seria a cereja do bolo. Ia gostar muito de colocar meu nome. Seria Davi contra Golias. Do meu tamaninho, não tão conhecido, contra essas máquinas aí que praticamente já têm a eleição decidida”, afirmou.

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Convite ganhou repercussão nacional

A proposta de “importar” Carlos Bolsonaro para Mato Grosso veio a público na quinta-feira (13), quando Ranalli e Elizeu divulgaram um vídeo convidando o vereador carioca para disputar a segunda vaga ao Senado — a primeira já está reservada ao deputado federal José Medeiros (PL).

À época, Ranalli justificou o convite como uma forma de barrar candidatos que, segundo ele, tentam “surfar” na onda bolsonarista sem representar a “direita raiz”.

“A gente tenta combater os aventureiros, os caroneiros. Estou à disposição, sou soldado da direita. Carlos, está difícil em Santa Catarina? Vem pra cá, vem ser senador por MT! Pé na porta de oportunista, de surfista!”, declarou no vídeo.

Apesar do barulho provocado, o próprio autor da ideia já admite: tudo não passou de uma tentativa de impacto político — e de uma “utopia”.

Jornalista: Luan Schiavon

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Ex-governador Carlos Bezerra garantirá pagamento retroativo de pensão após decisão de Gilmar Mendes

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Estado de Mato Grosso quite a diferença da pensão vitalícia devida ao ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), referente ao período entre fevereiro de 2023 e abril de 2025. A decisão, publicada nesta segunda-feira (24), acolhe uma reclamação apresentada pela defesa do político, que alegava descumprimento parcial de ordem judicial.

Bezerra, que governou Mato Grosso entre 1987 e 1990, recebe a pensão vitalícia com base em uma emenda constitucional de 1978. O benefício havia sido cortado pelo Governo do Estado em 2018, após entendimento do STF que julgou inconstitucional dispositivo que estendia pensões a todos os ex-governadores. Contudo, em 2021, o próprio Gilmar Mendes restabeleceu o pagamento.

Em maio deste ano, o ministro determinou o reajuste do valor mensal de R$ 11,5 mil para R$ 35,6 mil. Na reclamação mais recente, Bezerra afirmou que, embora o novo valor tenha sido implantado a partir de maio de 2025, o Estado não pagou os valores retroativos referentes aos dois anos e três meses anteriores.

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O governo estadual enviou informações e solicitou que o pagamento retroativo fosse enquadrado no regime de precatórios — pedido aceito pelo ministro.

Julgo procedente a reclamação para determinar que seja realizado o pagamento da diferença da pensão vitalícia ao reclamante, referente ao período de fevereiro de 2023 a abril de 2025, nos termos do artigo 100 da Constituição Federal”, escreveu Gilmar.

Entenda o caso

O corte do benefício, em 2018, se baseou na decisão do STF sobre a inconstitucionalidade da parte final da Emenda Constitucional 22/2003, que garantia pensão a ex-governadores. Porém, a defesa de Bezerra argumentou que seu direito era anterior, assegurado pela norma de 1978.

Em 2021, ao restabelecer o pagamento, Gilmar Mendes destacou que Bezerra é um “beneficiário idoso, sem possibilidade de reinserção no mercado de trabalho”, que recebeu o benefício por décadas de boa-fé. O ministro reforçou que não havia “cruzada moral” que justificasse suspender abruptamente o pagamento.

Com a nova decisão, o Estado terá de incluir no orçamento os valores retroativos via precatório, enquanto o ex-governador continua recebendo a pensão no valor atualizado.

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Jornalista: Luan Schiavon

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