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Deputados de Mato Grosso votam a favor de projeto que restringe aborto legal em vítimas de estupro infantil

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A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (5), por 317 votos a favor e 111 contra, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 3/2023, que dificulta o acesso ao aborto legal para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. A proposta, apelidada nas redes sociais de “PL da Pedofilia”, agora segue para votação no Senado Federal.

Dos oito deputados federais de Mato Grosso, cinco participaram da votação, sendo quatro favoráveis — todos homens — e apenas uma contrária, a deputada Gisela Simona (União).

Como votaram os deputados de Mato Grosso:

  • Juarez Costa (MDB) – Sim

  • José Medeiros (PL) – Sim

  • Rodrigo da Zaeli (PL) – Sim

  • Coronel Assis (União) – Sim

  • Gisela Simona (União) – Não

O PDL, de autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ), suspende os efeitos da Resolução nº 258/2024 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que estabelecia novas diretrizes para garantir o direito ao aborto nos casos previstos em lei.

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A votação foi marcada por forte pressão de grupos religiosos e conservadores e pela inclusão de última hora na pauta, logo após a aprovação do regime de urgência.

A proposta anula três pontos principais da resolução do Conanda:

  • Dispensa de boletim de ocorrência ou decisão judicial para acesso ao aborto em casos de estupro;

  • Intervenção da Defensoria Pública ou do Ministério Público quando a vontade da vítima divergir da dos pais ou responsáveis;

  • Proibição de médicos recusarem o procedimento com base em dúvidas sobre o relato da vítima.

Na prática, se o texto for aprovado também pelo Senado, meninas e adolescentes vítimas de estupro terão que registrar boletim de ocorrência e obter autorização dos pais para interromper a gestação — mesmo quando o crime ocorreu dentro da própria família.

O projeto também restabelece o direito do médico de se recusar a realizar o procedimento, alegando objeção de consciência.

Atualmente, o aborto é permitido no Brasil apenas em três situações:

  • quando há risco de morte para a gestante;

  • quando o feto é anencéfalo;

  • quando a gravidez é resultado de estupro.

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O tema tem especial impacto em Mato Grosso. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, o estado aparece com índices alarmantes de violência sexual.

O município de Sorriso, considerado a “capital do agronegócio”, ocupa a segunda posição nacional entre as cidades com mais casos de estupro, com 131,9 registros por 100 mil habitantes. Em 2023, a cidade havia liderado o ranking.

Os dados incluem ocorrências de estupro e estupro de vulnerável, e reforçam o alerta sobre a vulnerabilidade de crianças e adolescentes — justamente o público mais afetado pela nova medida.

O projeto seguirá para análise no Senado Federal, onde ainda pode ser barrado ou alterado. Caso aprovado, entrará em vigor, anulando a resolução do Conanda e restringindo o acesso ao aborto legal para vítimas de violência sexual em todo o país.

Jornalista: Luan Schiavon

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Representando o parlamento na COP30, Avallone defende financiamento ambiental para continuidade da preservação

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O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Carlos Avallone (PSDB), representa o parlamento estadual na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 – COP30.

O deputado já está em Belém, integrando a comitiva do Estado liderada pelo governador Mauro Mendes e formada também pelo vice-governador Otaviano Pivetta, secretários de Estado Fábio Garcia (Casa Civil) e Mauren Lazzaretti (Meio Ambiente), o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Flávio Gledson Bezerra, e o promotor de Justiça Marcelo Vacchiano.

Na tarde desta segunda-feira (10) o deputado Avallone participou de eventos na Casa Sustentabilidade Brasil, que reúne vários painéis sobre clima e justiça social, reunindo líderes e instituições em uma agenda intensa durante a COP30. A Casa pretende se consolidar como epicentro de ideias, conexões e soluções climáticas apresentadas pelos diferentes segmentos sociais. Localizada a 600 metros do centro oficial da conferência, a Casa funcionará como um espaço estratégico de diálogo independente entre governos, empresas, ONGs, startups, universidades e sociedade civil, fortalecendo alianças em prol da ação climática.

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Promovida pelo Instituto Sustentabilidade Brasil (ISB), a Casa vai sediar, ao longo dos próximos dias, uma programação intensa de debates. Além disso, ela será palco de painéis e lançamentos que aproximam governos, setor privado, academia, comunidades tradicionais e sociedade civil. A secretária de Meio Ambiente Maureen Lazzaretti também foi uma das palestrantes desta tarde.

Como presidente da Comissão de Meio Ambiente, Carlos Avallone, vem alertando sobre a necessidade desta Cúpula do Clima concretizar mais investimento para as comunidades tradicionais, que, segundo ele, são fundamentais para a preservação dos biomas de Mato Grosso.

“Nós estamos falando de muitas pessoas, nós estamos falando de um povo inteiro brasileiro que cuidou demais daqui. Nós precisamos dos bilhões de dólares que são anunciados a cada COP e que acabam não chegando aqui. Com esses recursos e com a capacidade da nossa sociedade em estabelecer parcerias, vamos continuar conciliando desenvolvimento com preservação ambiental, já que Mato Grosso consegue produzir 10% dos alimentos do mundo preservando 60% de sua área”, afirmou o deputado.

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As propostas de Mato Grosso foram definidas em um seminário realizado em Brasília, o Seminário Pré-COP 30 realizado pelo governo do Estado e Instituto PCI. As Comissões de Meio Ambiente da ALMT e do Senado Federal também realizaram em 20 de outubro último uma audiência pública conjunta que gerou a Carta de Mato Grosso a ser apresentada em Belém como contribuição legislativa da preservação.

Fonte: ALMT – MT

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