O recente desabafo do governador mato-grossense, Mauro Mendes (União), quando questionou a liberdade que a Justiça concedeu a traficantes presos recentemente na fronteira de Mato Grosso com quase 500 quilos de drogas, ainda está repercutindo nacionalmente em vários segmentos da sociedade.
Mendes se mostrou indignado quando a Justiça concedeu alvará de soltura a uma dupla de ditos “sitiantes” que traficava grande quantidade de drogas, quase meia tonelada; o flagrante foi feito por policiais do Grupo de Fronteira – GEFRON de Mato Grosso.
No entendimento de Mauro Mendes, é preciso que a Justiça seja menos branda com criminosos do tipo, não facultando com que voltem às ruas horas ou dias após serem presos em flagrante.
“Isso é revoltante! Nós nos estruturamos 100% para combater o tráfico de drogas, capacitando nossos agentes com cursos e equipamentos adequados à realização do seu trabalho – armas, munições e outros. Tudo isso envolve grande montante de recursos públicos e exige muita dedicação dos servidores estaduais (SESP). Aí, vem a Justiça e concede liberdade a traficantes presos em flagrante…”
Na opinião de Mendes, fatos dessa natureza estimulam os meliantes a continuar na prática de ilícitos diversos, não apenas no que se relaciona a drogas. Ele salientou ser quase uma explícita zombaria o que esses elementos fazem das leis, visto que, ao ganharem liberdade, já se sentem duplamente guarnecidos para voltar a traficar e aprontar o que quer que seja.
“De antemão, já sabem que, caso sejam presos, vão dispor de brechas legais no âmbito judicial para sair no dia seguinte, ou horas depois…”
VIDAS EM RISCO
Nervoso, o governador citou um outro aspecto dessa condolência oficial [por força das leis vigentes] a criminosos confessos, frisando que os juízes agem conforme os preceitos do Código Penal, que precisam ser revistos.
“Eles [juízes] seguem simplesmente o que dita a lei. Mas tem o outro lado da questão: nossos policiais, no cumprimento do heróico trabalho na fronteira do Estado e em vários outros lugares, passam a ser escudos vivos, por maior que sejam os equipamentos que utilizem, a exemplo de coletes à prova de bala. Nem sempre o tiro desferido pelo criminoso contra o policial tem o peito como alvo; pode ser na cabeça, pernas, braços… Traficantes, é algo sabido, não têm nenhum apreço pela vida humana”.
Mauro Mendes afirmou ainda que, caso as instâncias superiores de Justiça não se mobilizem urgentemente para mudar esse quadro que gera sentimento de impunidade, melhor então entregar o comando do País aos criminosos.
“Eis uma revolta não só da minha parte, mas também de vários gestores e, principalmente, da Polícia. São eles, os policiais, que enfrentam esses bandidos de forma combativa, obstinada, eficiente. E quando conseguem prendê-los, têm a surpresa de vê-los soltos quase que de imediato. Isso é injusto com a Polícia e com a sociedade, em geral”.
Bandido solto, conclui o governador Mauro Mendes, representa uma ameaça constante a todos os cidadãos de bem.
“Não existe essa de bandido bom: se é criminoso, transgrediu as leis, tem que cumprir cadeia. Quantas atrocidades acontecem diariamente? A Justiça deveria rever isso já, antes que seja tarde demais…”
Da Redação/Jota