O surto psicótico é um episódio passageiro no qual uma pessoa tem uma desorganização de como é a realidade. A pessoa em surto distorce o que se entende como representação social.
O psicólogo André Dória explica que o surto psicótico acontece quando um indivíduo rompe com a realidade compartilhada: “Se estamos numa sala e nós dois estamos vendo o mesmo vaso de plantas em uma mesa, esta é uma realidade compartilhada. Já a pessoa em surto vive uma realidade particular que, para ela, é real”, afirma o especialista.
A pessoa que está em surto psicótico tem tanta convicção de que está certa que é capaz de construir argumentos para convencer outras pessoas. Segundo a psicóloga Daniela Araújo, “a pessoa que está em surto acredita fielmente que essa lógica delirante é realidade. O episódio pode ser desencadeado a partir de algum gatilho, algo que se escutou, se viu, experimentou, algo químico, e geralmente acontece porque a pessoa já tem uma predisposição”, afirma.
E complementa: “Durante o delírio, que é uma interpretação própria da realidade, a pessoa pode acreditar que é Deus, que é famosa, que é casada com uma pessoa famosa, e a convicção é tamanha que ela pode construir ótimos argumentos”.
Do ponto de vista médico, o transtorno mental é uma condição que precisa de cuidado médico assim como qualquer outro quadro médico, como um quadro de hipertensão ou AVC, por exemplo.
O surto psicótico acontece por conta de uma alteração de neurotransmissores, sobretudo a dopamina, que é comum a condições psiquiátricas, como esquizofrenia, mania e depressão, ou condições clínicas, como encefalite.
Problema pode acontecer com qualquer um?
Segundo especialistas, em tese, qualquer pessoa está sujeita a um surto. “Há pacientes que nunca tiveram uma crise psicótica, mas que ao se separar em uma relação amorosa, quando perdem alguém da família, o emprego, desencadeiam uma psicose porque aquilo que falta, naquele momento, é o que mantinha o indivíduo organizado psicologicamente”, afirma André Dória.
Pessoas com transtornos psiquiátricos pré-existentes ou congênitos têm maior probabilidade de sofrer um surto psicótico. Episódios de surtos psicóticos podem ocorrer na esquizofrenia e outras psicoses semelhantes, mas também no transtorno afetivo bipolar, depressão com sintomas psicóticos e no transtorno de personalidade borderline.
O tratamento é feito por meio de medicamentos e abordagens multidisciplinares de suporte. Geralmente, em um primeiro momento, a pessoa precisa ser internada por se tratar de um espaço seguro e com acompanhamento profissional intensivo.
“O surto talvez seja o índice mais drástico de um transtorno mental. A ansiedade, por exemplo, não rompe a realidade compartilhada. Já o surto é a experiência mais solitária do sofrimento mental e, por isso, requer um cuidado especial”, diz o psicólogo André Dória.
O Ministério da Saúde informou que a vacinação contra a gripe será ampliada para todas as pessoas com mais de 6 meses de idade. A medida, segundo a pasta, é para conter os casos mais graves e internações pela doença.
Caberá aos estados e municípios definir a faixa etária a ser imunizada a partir das doses disponíveis em estoque. O ministério recomenda que seja mantida a prioridade para os grupos mais vulneráveis a complicações da gripe: gestantes, puérperas, idosos, crianças menores de cinco anos e pessoas com comorbidades ou condições clínicas especiais.
“A vacinação é essencial para proteger a saúde da população e evitar a propagação, especialmente durante as estações mais frias, quando a incidência da gripe tende a aumentar”, disse a ministra Nísia Trindade, em nota.
Até o dia 21 de abril, apenas 22% do público-alvo tinha se vacinado contra a gripe, conforme levantamento divulgado pela pasta. Cerca de 14,4 milhões de doses foram aplicadas para uma população-alvo de 75,8 milhões de pessoas. A campanha de vacinação começou no dia 25 de março.